O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), mandou prender o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, durante seu depoimento nesta quarta-feira(7). Esta é a primeira prisão determinada pela CPI.
Roberto foi convocado na condição de testemunha para esclarecer sobre as acusações de que teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina em negociações e que teria pressionado um servidor do ministério a agilizar a compra da Covaxin.
Durante o depoimento, Aziz acusou Dias de estar cometendo Perjúrio e determinou sua prisão.
Um dos senadores governistas, Marcos Rogério (DEM-RO), questionou sob qual argumento foi baseada a prisão. Omar declarou que foram vários, dentre eles, Roberto afirmou que não tinha conhecimento com Dominghetti e marcou uma audiência relâmpago.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), se dirigiu a Aziz e pediu respeito aos direitos de Roberto Dias. “Vossa excelência nunca se afastou desta posição de equilíbrio”, argumentou Bezerra.
“Tenho sido desrespeitado como presidente da CPI, ouvindo historinhas. As pessoas se preparam. Não aceito que a CPI vire chacota. Temos 527 mil mortos, e os caras brincando de negociar vacina. […] Ele está preso por mentir, por perjúrio. […]. Nós não estamos aqui para brincar, para ouvir historinha de servidor que pedir propina. Ele que recorra na Justiça, mas ele está preso e a sessão está encerrada. Pode levar”, disse Aziz.
Prender alguém não é uma decisão fácil. Mas, não aceito que a CPI vire chacota. Temos mais de 527 mil mortos nesta pandemia. E gente fazendo negociata com vacina. A Comissão busca fazer justiça pelo Brasil. pic.twitter.com/MWCA3pusgE
— Omar Aziz (@OmarAzizSenador) July 7, 2021
Após o encerramento da sessão, o senador Humberto Costa (PT-PE) declarou à imprensa presente que Omar já vinha dizendo que “a paciência estava esgotando” e que a prisão de Roberto Dias é um “freio de arrumação”.
Em outros depoimentos, senadores também defenderam a prisão do depoente, entretanto Aziz disse que não mandaria prender por não ser “carcereiro”.
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