Treinamentos abrangem municípios do Rio Madeira e Purus e incluem teste de G6PD
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP) iniciaram capacitações sobre o uso da tafenoquina no tratamento da malária vivax. A iniciativa ocorre em parceria com o Ministério da Saúde e contempla municípios das regiões do Rio Madeira e Purus.
As atividades são realizadas nos municípios de Humaitá, Lábrea, Apuí, Canutama e Manicoré (distrito de Santo Antônio do Matupi), além de envolver os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do Médio Rio Purus, de Manaus e de Porto Velho (RO).
Medicamento reduz número de recaídas e tempo de tratamento
A tafenoquina é um novo medicamento indicado para o tratamento da malária vivax, responsável por aproximadamente 84% dos casos da doença no Amazonas. O novo protocolo, aprovado pelo Ministério da Saúde, consiste em uma dose única de tafenoquina, associada a três dias de cloroquina, reduzindo o tempo total do tratamento para três dias — ante os sete dias do esquema anterior com a primaquina.
No entanto, a prescrição da tafenoquina exige a testagem prévia da enzima G6PD, já que pacientes com deficiência nessa enzima não podem utilizar o medicamento. Nesses casos, o tratamento tradicional com primaquina continua sendo adotado.
Capacitação inclui teoria e prática para profissionais de saúde
Os treinamentos ocorrem de 26 a 28 de maio, com programação teórica e prática sobre o teste de G6PD e o novo protocolo terapêutico. Estão sendo capacitados médicos, enfermeiros, farmacêuticos, bioquímicos, biomédicos, microscopistas, agentes de combate às endemias (ACE) e agentes comunitários de saúde (ACS).
A programação inclui:
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26/05: Treinamento em Humaitá
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27/05: Atividades em Manicoré (Santo Antônio do Matupi) e Lábrea
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28/05: Nova capacitação em Lábrea e supervisão técnica em áreas prioritárias de Humaitá
Participam da ação profissionais da FVS-RCP, do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) e da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Pelo Ministério da Saúde, integram a força-tarefa equipes da Secretaria de Vigilância em Saúde Ambiental (SVSA) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Avanço da implantação busca reduzir índices de malária no estado
Segundo dados da FVS-RCP, o Amazonas já registra 17,5 mil casos de malária em 2025. A implantação da tafenoquina é considerada uma estratégia relevante para reduzir a transmissão da doença, ao oferecer um tratamento mais eficaz e com maior chance de adesão por parte dos pacientes.
De acordo com a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, a capacitação local é fundamental para garantir o uso seguro da medicação. Já o coordenador do Programa Nacional de Eliminação da Malária, Alexander Vargas, ressaltou que o objetivo é contribuir para a eliminação da doença no Brasil até 2035.
Municípios que já utilizam a tafenoquina
O novo protocolo já está em uso nos seguintes municípios:
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Manaus
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Barcelos
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Santa Isabel do Rio Negro
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São Gabriel da Cachoeira
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Guajará
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Tefé
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Alvarães
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Tabatinga
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Benjamin Constant
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Atalaia do Norte
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São Paulo de Olivença
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Santo Antônio do Içá
A expansão para as regiões do Rio Madeira e Purus marca mais um passo no esforço de controle e eliminação da malária no Amazonas.