O governador Wilson Lima (União Brasil) foi reeleito para mais quatro anos no Governo do Amazonas. Com 87,72% das urnas apuradas, Lima obteve 57,05% (927.448 votos válidos) contra 42,95% de Eduardo Braga, do MDB, (698.242 votos).
No primeiro turno, o governador obteve 42,82% dos votos válidos. Braga ficou bem abaixo da votação obtida por Lima na ocasião, com 20,99%.
A disputa no estado teve uma maior pulverização dos votos no primeiro turno, com o candidato Amazonino Mendes (Cidadania), também ex-governador, tendo obtido 18,56% dos votos válidos naquele momento.
O favoritismo do governador se manteve ao longo de toda a campanha eleitoral, no primeiro e no segundo turno. Nas ruas de Manaus e de cidades do interior, era visível a maior presença da campanha à reeleição. Lima é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e detentor da máquina do estado.
Braga, por sua vez, colou sua campanha na imagem do ex-presidente Lula (PT), especialmente no primeiro turno, e concentrou promessas nos campos da saúde e do desenvolvimento, com repetições sobre programas federais como o Luz Para Todos. O senador foi ministro de Minas e Energia no governo de Dilma Rousseff (PT).
Braga tentou emplacar a ideia de que haveria uma virada de votos de um turno para outro, imagem associada na propaganda eleitoral a um banzeiro, que é o movimento de onda das águas dos rios da região. As pesquisas de intenção de voto, porém, mostravam Lima consistentemente à frente.
O ex-governador atuou na CPI da Covid em Brasília e tentou fazer com a crise de oxigênio em Manaus fosse mais explorada na comissão. Mesmo assim, sua atuação foi apagada e muitas vezes dúbia sobre os alvos que pretendia atingir.
Em 2018, Lima, um apresentador de programa policial, foi eleito na esteira da onda bolsonarista. Ele derrotou Amazonino, que já tentava um quinto mandato naquele ano. O então candidato estava no PSC e não tinha nem tempo de TV.
O bolsonarismo continuou sendo uma marca do governador, inclusive na sua visão para Amazônia. O governador está alinhado aos outros governadores bolsonaristas de um dos principais arcos de desmatamento do bioma – esse arco compreende sul do Amazonas, Acre e Rondônia, região conhecida como Amacro.
Os governadores bolsonaristas da Amacro tentaram criar uma zona de produção para o agronegócio e, diante de críticas, houve recuos. O êxito nas urnas pode ressuscitar a ideia, como planejam políticos da região.
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