Governador do Amazonas vai sair em disputa no segundo turno.
O candidato à reeleição a governador Wilson Lima (União Brasil) venceu o primeiro turno das eleições no Amazonas com 42,5%, ou 798,8 mil votos. Esse era o resultado até às 20h55, com 98,1% da apuração pelo TSE. O segundo colocado foi Eduardo Braga (MDB), com 389,9 mil votos, ou 20,7%.
O senador medebista superou Amazonino Mendes (Cidadania) após cerca de 70% da apuração das urnas. O ex-governador, que foi líder das pesquisas na fase pré-campanha, ficou em terceiro com 353,0 mil votos (18,7%).
Com isso, Lima, outsider da política em 2018, e ainda o mais novo entre os que disputaram o cargo neste ano. Além disso, impôs a segunda derrota seguida a Amazonino na disputa pelo Governo do Estado.
Votação elevada
Nestas eleições, Lima repetiu o bom desempenho do pleito de 2018.
Sobretudo porque, em março de 2021, ele era considerado carta fora do jogo para o pleito. Engenheiros políticos o aconselhavam a não entrar na briga por sua reeleição.
Até mesmo seus próprios aliados desconfiavam de sua competitividade no ano seguinte.
Não era para menos. Em março do ano passado, Lima tinha 3% de intenções de votos. Sua rejeição se aproximava da casa dos 90%.
A seu favor, porém, o inconformismo com os caciques do grupo político que dominou o estado por quatro décadas.
O último que enfrentou, venceu e se deu mal nas mãos desse grupo foi José Melo (Pros). Ele desafiou Braga em 2014, venceu o pleito, mas desde então não teve mais sossego.
Melo foi cassado em 2017 e, depois, preso.
Conflito com o vice
Um fato marcou a fase de pouca experiência de Lima no mundo político. Foi quando experimentou uma tempestade de atritos com o vice-governador na chapa de 2018, Carlos Almeida Filho (PSDB).
Enfrentou 12 pedidos de impeachment, denúncias na Justiça federal e a oposição mais raivosa que um governador do Amazonas já teve em sua história.
Crises e resiliência
Depois dessa tempestades, Lima enfrentou crises naturais históricas, totalmente não previstas. Por exemplo, a maior cheia dos rios do Amazonas da história.
Logo no segundo ano de mandato veio a pandemia de coronavírus (covid). Simplesmente a maior crise sanitária jamais vista no mundo.
Além de ter que administrar um cenário caótico totalmente inesperado, Lima teve de combater a artilharia dos adversários, lhe jogando contra a opinião pública.
Como resultado, o candidato partiu para a reeleição com um propósito: não responder às acusações e provocações dos adversários.
Para isso, adotou o slogan “O trabalho fala pela gente”.
Com esse ânimo, Lima vai ao segundo turno com a chance de entrar para a história do Amazonas como o político que nasceu e cresceu sem liderança política.
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