O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, destacou em entrevista coletiva na quarta-feira (12) que a Câmara assumiu a responsabilidade pela aprovação da reforma da Previdência (PEC 6/19) e permitiu que os avanços no texto fossem construídos com diálogo.
Segundo Maia, quem vai garantir os 308 votos necessários para aprovar proposta de emenda à Constituição são os deputados e deputadas.
Maia concedeu a entrevista no início da noite de ontem acompanhado dos líderes de partidos da Maioria; do relator da reforma, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP); e do presidente da comissão especial que analisa a proposta, deputado Marcelo Ramos (PL-AM).
A reunião para apresentação do parecer de Moreira está marcada para esta quinta-feira (13) pela manhã.
“Esses avanços estão sendo construídos no Parlamento e falando com a sociedade. É importante que isso fique claro e que a gente consiga dar uma demonstração forte de responsabilidade e de equilíbrio para a sociedade”, disse Maia.
Para o presidente da Câmara, nos momentos mais difíceis do País, as soluções sempre partem do Congresso Nacional. “Não será diferente agora: quem está dando a solução, quem está garantindo a maioria de 3/5 para votar a reforma da Previdência são deputados e deputadas”, afirmou.
“Precisamos construir consensos e harmonia nas relações políticas entre os poderes Executivo e Legislativo, com o Supremo como o guardião das nossas relações”, completou.
Outras reformas
Na coletiva, Rodrigo Maia destacou a necessidade de reorganização das despesas públicas e voltou a dizer que a reforma da Previdência é a primeira etapa desse processo.
“A política só irá se reencontrar com a sociedade se tiver a coragem de enfrentar a discussão das despesas da do estado brasileiro, começando pela Previdência e caminhando para as reformas tributária e administrativa”. Ele criticou, por exemplo, o avanço rápido das carreiras de estado. “Todos chegam muito rápido ao teto e a disputa agora é pelo extratexto”, disse.
Governadores
Rodrigo Maia reafirmou a intenção de manter estados e municípios no texto da reforma da Previdência, mas cobrou maior participação dos governadores para aprovação da proposta.
Conforme anunciado mais cedo, o mais provável, segundo o presidente, é que uma emenda em Plenário reinsira os entes federados na reforma, em caso de acordo sobre o texto da proposta. “Precisamos que os governadores sinalizem, de forma clara, que são a favor da reforma da previdência”, disse.