Monitoramento por satélite e ações integradas contribuem para redução
O desmatamento no Amazonas apresentou uma queda de 85,3% entre 1º de fevereiro e 10 de março de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Segundo dados do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), foram registradas 453 ocorrências, totalizando 2.549 hectares desmatados. No mesmo intervalo de 2024, o número foi significativamente maior, com 3.082 ocorrências e 9.017 hectares de floresta derrubados.
A redução também foi observada nos focos de calor, que caíram 85,43% no mesmo período. Em 2025, foram detectados 22 focos, contra 151 registros no ano anterior.
Monitoramento e fiscalização
De acordo com o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, os dados refletem o fortalecimento do monitoramento ambiental no estado. O Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) tem utilizado imagens de satélite para detectar alterações na cobertura florestal em tempo real. Isso permite que as equipes de fiscalização atuem com maior rapidez e precisão.
A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, destacou a importância da colaboração entre órgãos ambientais e autoridades. “Monitoramos as áreas desmatadas e acompanhamos os focos de calor, trabalhando em conjunto com os bombeiros para prevenir incêndios. A integração entre os órgãos é fundamental para garantir a proteção da floresta e a redução dos índices de degradação”, afirmou.
Municípios com mais desmatamento e focos de calor
Os municípios de Novo Aripuanã, Apuí e Lábrea registraram os maiores índices de desmatamento no período. Novo Aripuanã liderou com 52 ocorrências e 410 hectares desmatados, seguido por Apuí, com 49 alertas e 842 hectares, e Lábrea, com 43 alertas e 533 hectares derrubados.
Já em relação aos focos de calor, São Gabriel da Cachoeira registrou o maior número, com 9 ocorrências, seguido por Japurá e Lábrea, ambos com 2 focos. Em 2024, o cenário era mais crítico, com São Gabriel da Cachoeira registrando 34 focos de calor, Apuí com 20 e Barcelos com 12.
Infrações e penalidades
O desmatamento ilegal pode gerar multas a partir de R$ 5 mil por hectare, conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008. Em casos de queimadas não autorizadas, as penalidades podem chegar a R$ 3 mil por hectare, além de embargos administrativos e apreensão de equipamentos utilizados em infrações ambientais.
Bruno Affonso, técnico do CMAAP, ressaltou que a exploração ilegal de madeira costuma anteceder os incêndios florestais e que o combate às queimadas exige fiscalização contínua do desmatamento. “Queimadas também ocorrem em áreas agrícolas para renovação de pastagens, mas se não forem autorizadas ou conduzidas corretamente, podem resultar em autuações e sanções ambientais”, explicou.
O Ipaam segue monitorando a situação e reforçando a fiscalização para garantir a preservação da floresta amazônica e conter o avanço do desmatamento no estado.