Lideranças de diferentes partidos alinhados com o presidente Jair Bolsonaro aguardam uma eventual troca no comando da direção-geral da Polícia Federal ainda no curto prazo. Na PF, integrantes da corporação pressionam o ministro da Justiça, Sergio Moro, a definir o sucessor de Mauricio Valeixo.
Ouvidos desde o começo da semana, políticos relataram que, apesar de mudar o tom sobre Moro, Bolsonaro não desistiu de trocar o comando da PF. Além disso, tem sinalizado desde o fim de semana que, até o fim de setembro, espera mudanças na cúpula da corporação.
Falta, contudo, bater o martelo sobre o nome do sucessor de Valeixo e acertar a narrativa pública de que, quem escolheu o novo diretor-geral foi Moro, e não o contrário. Se Moro decidir trocar Valeixo, como quer Bolsonaro, a eventual sucessão do diretor-geral é vista na PF como a “prova dos nove” sobre a “carta branca” que Moro teria no ministério.
A permanência de Valeixo, escolhido para o cargo por Moro, está cada vez mais em risco após a declaração de Bolsonaro de que é preciso dar uma “arejada” em áreas diferentes, como a direção da PF.
Na semana passada, Moro disse que Valeixo fica no cargo. Questionado se o diretor-geral da PF corre riscos, Moro respondeu: “As coisas, eventualmente, podem mudar, mas ele está no cargo, permanece no cargo, tem a minha confiança.”
A frase era uma senha para Moro e Bolsonaro chegarem a um discurso público de que quem decidiu pela troca de Valeixo foi Moro, não o presidente.