segunda-feira, dezembro 9, 2024
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    Brasil tem alta de Covid-19 em onda que deve durar até 6 semanas

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    Nas primeiras semanas de agosto, o Brasil observou um aumento preocupante na taxa de testes positivos para a Covid-19, de acordo com dois relatórios independentes divulgados na última quarta-feira, 30 de agosto. A elevação registrada em ambos os levantamentos é de aproximadamente 7 pontos percentuais, indicando que o dobro de pessoas testaram positivo para o vírus Sars-Cov-2.

    Subvariantes de Covid-19

    O cenário dessa onda de alta contrasta com as fases anteriores da pandemia, pois a maioria da população já está vacinada e o risco de casos graves é menor. No entanto, especialistas apontam para a circulação da subvariante Éris da Ômicron como um dos principais fatores por trás desse aumento.

    A subvariante Éris está sob monitoramento pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora seja mais transmissível, os dados até agora não a associam a casos mais graves ou mortes. A OMS classifica a Éris como uma “variante de interesse”, o que significa que ela está em um grau inferior de preocupação se comparada às “variantes de preocupação”.

    Mesmo com a maioria da população tendo recebido pelo menos as doses básicas da vacina, o Brasil ainda enfrenta o desafio de aplicar o reforço da vacina bivalente, que foi administrado somente a 15% do público-alvo.

    Os especialistas recomendam que grupos vulneráveis, como pessoas imunossuprimidas devido a doenças ou transplantes, redobrem os cuidados com aglomerações e mantenham o uso constante de máscaras.

    A expectativa é que a atual onda de aumento de casos dure entre 4 a 6 semanas, de acordo com Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

    Dados dos Relatórios

    Os relatórios que destacaram esse aumento foram emitidos por duas entidades distintas. A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa laboratórios e clínicas privadas, reportou um aumento de testes positivos de 6,3% (entre 29 de julho e 4 de agosto) para 13,8% (entre 12 e 18 de agosto).

    Wilson Shcolnik, Presidente do Conselho de Administração da Abramed, afirmou que existe possivelmente uma relação entre a nova subvariante e o aumento de casos, ainda que a maioria das infecções não resulte em quadros graves.

    Outra fonte, o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), analisou dados de vários laboratórios, incluindo Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin. Segundo o ITpS, houve um aumento de testes positivos de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto. Os percentuais mais elevados foram observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).

    Conforme ilustrado no infográfico abaixo, a taxa atual de 15,3% ainda é menor do que a registrada em dezembro do ano passado, quando os números chegaram a 38%.

    Importância da Vacinação

    A infectologista Carla Kobayashi destaca que o cenário atual é distinto do início da pandemia, graças à vacinação, à imunidade adquirida e à evolução do vírus para uma forma menos letal, embora mais transmissível.

    Os especialistas são unânimes em enfatizar que, neste momento, receber todas as doses possíveis da vacina contra a Covid é a melhor medida preventiva. A elevada cobertura vacinal tem sido crucial para conter o aumento de internações e óbitos.

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