O Governo do Amazonas informou que enviou uma solicitação ao Ministério da Saúde para a implantação de um novo hospital de campanha no estado, com 400 leitos, para atendimento de casos do novo coronavírus. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou no dia 11 de abril que Manaus receberia a construção de um hospital de campanha com atenção voltada a indígenas. O número de casos confirmados de Covid-19 no estado chegou a 2.479, com 207 mortes registradas, segundo o último balanço divulgado.
A secretária estadual de saúde, Simone Papaiz, disse, durante uma coletiva de imprensa online, nesta quarta-feira (22), que o número projetado de leitos necessários somente para atendimento de média complexidade e alta complexidade para enfrentar o Covid-19, no Amazonas, gira em torno de 2.130 leitos. Na última terça-feira (21), a secretária havia informado que a taxa de ocupação de leitos está em torno de 96% a 97%, tanto em UTI, quanto nos leitos de internação.
“Solicitamos sim, junto ao Governo Federal e ao Ministério da Saúde, 400 leitos. Sinalizamos também a necessidade, não só da estrutura, mas de equipes, insumos e equipamentos para implantação dessa unidade”, informou a secretária estadual de saúde. A secretária informou que o novo hospital de campanha deve atuar em retaguarda de média complexidade, ou seja, para pacientes que precisam de atendimento intermediário, onde não podem ir para casa e precisam de assistência hospitalar, sem necessidade de UTI.
No dia 11 de abril, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,declarou que o governo federal vai construir um hospital de campanha em Manaus. “Amanhã (12 de abril), já vou dar ordem para fazer o primeiro em Manaus, cidade que está entrando em colapso. Vamos ter que fazer um lá, temos comunidades indígenas extensas. Então este daqui [de Águas Lindas] é o piloto, o primeiro dos federais”, disse o ex-ministro, demitido dias depois pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasião, Mandetta afirmou que ainda não havia uma previsão de quando o hospital ficará pronto. O Governador Wilson Lima afirmou que a unidade vai atender indígenas no Amazonas. O G1 questionou o Governo do Amazonas sobre a resposta recebida do Ministério da Saúde diante da solicitação, mas, até a publicação desta matéria, não obteve resposta. O Ministério da Saúde também não respondeu sobre o prazo para a construção do hospital de campanha para indígenas em Manaus.
Atualmente, o único hospital de campanha operando na capital amazonense foi criado pela Prefeitura de Manaus. O hospital de campanha municipal Gilberto Novaes estava atendendo, até o final desta sexta-feira (17), 26 pacientes internados, sendo 18 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 8 na semi-intensiva, segundo o médico responsável pelo hospital, George Bady.
Corrida para evitar colapso na saúde do AM
Ao todo, o Amazonas possui 6.710 leitos, entre a rede pública e privada. Em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (16), o Governo do Amazonas admitiu que o sistema de saúde do estado já apresentava insuficiência da capacidade de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) antes da pandemia da Covid-19.
O Governo do Amazonas também informou, na terça-feira (21), que vai utilizar leitos do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), que é mantido com verbas federais, para receber pacientes com o novo Coronavírus. O Governo do Amazonas anunciou, na noite de sábado (18), novos reforços para o sistema de saúde do estado enfrentar a pandemia da doença. O estado recebeu insumos para 15 mil testes de Covid-19 e concluiu o processo seletivo para contratação de 704 profissionais de saúde.
Por conta do crescimento avançado de casos de contágio, além das mortes, o governo prorrogou o período de estado de calamidade pública no Amazonas por mais 180 dias. Outro decreto estadual também mantém paralisados, até o dia 30 de abril, os serviços não essenciais.
Outra medida tomada pelo governo foi a instalação de contêineres frigoríficos em unidades de saúde de Manaus, após a repercussão de um vídeo gravado dentro do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus, que mostra corpos com suspeita da Covid-19 espalhados ao lado de pacientes internados.
Após anunciar a instalação de contêineres frigoríficos, a Prefeitura de Manaus informou, nesta terça-feira (21), que está fazendo valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras, para enterrar vítimas do novo coronavírus no cemitério público Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital.