O senador Plínio Valério (PSDB) usou a tribuna do Senado Federal, na última terça-feira (4), para defender mais uma vez o modelo econômico da Zona Franca de Manaus (ZFM). O parlamentar criticou a postura do ministro da Economia Paulo Guedes, que, segundo ele, está sempre tendo atitudes que demonstram o interesse do Governo Federal de acabar com com o Polo Industrial.
Governo Federal prepara plano para substituir Zona Franca de Manaus
Em 2019, a Zona Franca de Manaus empregou 92 mil pessoas e faturou quase 90 bilhões de reais, de acordo com o senador. Só de imposto, segundo Plínio, foram 14 bilhões enviados para a União, através da Receita Federal. “No momento em que o país atravessa essa crise de desemprego, com 13 milhões de desempregados, o Governo Federal insiste teimosamente em acabar com um modelo econômico que deu certo, que é a Zona Franca de Manaus”, destacou o parlamentar em entrevista exclusiva ao Portal Projeta.
O senador amazonense acredita que o fim dos incentivos pode condenar à pobreza as famílias de trabalhadores que atuam na Zona Franca de Manaus e provocar a devastação da Floresta Amazônica. “O homem veio do interior, atrás de emprego que a Zona Franca ofereceu e largou o machado, o serrote e a moto-serra. Veio trabalhar na fábrica de chaminés. Com isso, preservou a nossa floresta”, argumentou na tribuna.
Zona Franca de Manaus é essencial para preservação da floresta amazônica
Ao Portal Projeta, Plínio Valério ainda ressaltou que o ministro Paulo Guedes abomina a renúncia fiscal, por isso persegue o modelo econômico da Zona Franca, sem levar em conta todos os benefícios que o Polo Industrial traz para a sociedade. “Eu pedi na tribuna que o ministro Paulo Guedes nos deixe em paz. Que ele vá cuidar dos outros. Ele abomina renúncia fiscal, então que ele vá atrás dos outros 92%, a Zona Franca consome 8% e nós somos cinco estados. Que ele vá buscar os 92%. Se preocupe com o que não está dando certo e deixe o que está dando certo em paz. Acabe com essa mania que o Governo tem de querer acabar com o que está dando certo para recomeçar. Não é possível. Isso sem contar o modelo, a proteção da Floresta que nós temos. Nós temos aí os empregos, a Floresta, o ganho social. Foi essa defesa que eu fiz, que ele nos deixe em paz, porque se ele nos deixar em paz nós sabemos o que fazer das nossas vidas”, comentou o senador.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta