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    Em duas semanas, Macelly Veras destina R$43 milhões a contratos sem licitação em Maués

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    Em duas semanas, a prefeita de Maués, Macelly Veras (PDT), destinou aproximadamente 43 milhões de reais do orçamento do município em contratos sem licitação. No Diário Oficial dos Municípios do Amazonas, é possível observar um total de 50 termos de contrato assinados tanto com pessoas físicas quanto jurídicas.

    Todas os contratos foram assinados pela própria prefeita entre os dias 12 e 26 de fevereiro de 2025.

    Inexigibilidade de Licitação

    Destes, são 26 Contratações Diretas Via Inexigibilidade de Licitação — quando a contratação é feita com um único fornecedor ou prestador de serviço, por falta de competição ou por ser o único capaz de fornecer o bem ou serviço necessário.

    O valor dedicado a esta modalidade é de R$2.44 milhões. Em sua maioria, se tratam de contratações de pessoas físicas. Destes, apenas quatro incluem o serviço contratado.

    Um deles, inclusive, fechado com a empresa R R CONSULTORIA EM GESTÃO EMPRESARIAL LTDA (CNPJ nº 24.604.678/0001-41) no valor de R$240 mil, é referente a prestação de serviços de assessoria e consultoria na área de licitações e contratos administrativos.

    Além disso, três dos contratos assinados foram em favor de instituições religiosas. A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e a Paróquia de São Pedro Apóstolo, ambas parte da Diocese de Parintins e com sede em Maués, receberam R$84 mil cada. Já a sede da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no município recebeu R$78 mil. Nos três casos, não foi descrita a finalidade dos contratos.

    Dispensa de licitação

    Os demais 24 contratos foram assinados por meio de Dispensa de Licitação — uma modalidade possível em momentos de emergência ou calamidade pública que permite a contratação de um serviço ou aquisição de um bem, mesmo em situações em que a licitação seja obrigatória.

    Os termos de maior valor foram assinados com empresas por meio desta modalidade, e o valor total destinado a estes contratos é de aproximadamente R$40,7 milhões.

    Entre os contratos firmados com dispensa de licitação, 11 envolvem valores maiores que R$1 milhão. O maior de caráter individual, fechado com a FKR MÉDICOS ASSOCIADOS (CNPJ nº 26.630.045/0001-33), perfaz o valor global de R$5.601.968,00. O serviço que consta no termo de contratação é de “fornecimento, gerenciamento e operacionalização de profissionais de nível médio e superior da área de saúde visando a estruturação e organização dos serviços públicos de saúde ofertados pela Prefeitura”.

    Outro contrato sem licitação, fechado com três empresas diferentes no dia 12 de fevereiro, chega ao valor total de R$7.284.966,73. Conforme a publicação no Diário Oficial, as empresas GRAPE LTDA (CNPJ nº 08.220.661/0001-34), MP COMÉRCIO DE PRODUTOS HOSPITALARES E ALIMENTÍCIOS LTDA (CNPJ nº 27.762.305/0001-97) e L R COMÉRCIO DE MATERIAIS DE SAÚDE LTDA (CNPJ nº 12.293.935/0001-92) ficam responsáveis pela “futura e eventual aquisição, sob demanda, de material farmacológico necessário a manutenção dos serviços públicos de saúde para atender as necessidades da Secretaria Municipal de Saúde”.

    A Gazeta da Amazônia apontou, ainda, um contrato com a AMA SAUDE ATIVIDADES MÉDICAS ASSOCIADAS LTDA (CNPJ nº 59.021.802/0001-20), que foi aberta há pouco mais de um mês e já foi contratada pela Prefeitura para prestar “serviços de fornecimento, gerenciamento e operacionalização de plantões e consultas ambulatorial e hospitalar de profissionais médicos e especialistas destinados a reestruturação e organização dos serviços públicos de saúde” de Maués.

    O valor destinado neste contrato foi de R$ 3.793.225,08.

    AMA SAUDE ATIVIDADES MÉDICAS ASSOCIADAS LTDA foi aberta no dia 21 de fevereiro de 2025.
    AMA SAUDE ATIVIDADES MÉDICAS ASSOCIADAS LTDA foi aberta no dia 21 de fevereiro de 2025.

    Em outra ocasião, a Gazeta mostrou outros quatro contratos de compra de produtos com dispensa de licitação, num valor total de R$ 6 milhões. Todos se tratam da prestação do serviço contratados para situações “futuras e eventuais, sob demanda”.

    Em que situações isso é possível?

    Enquanto a é Inexigibilidade de Licitação é motivada pela falta de competição ou exclusividade de um produto ou serviço e não exige justificativa, a Dispensa de Licitação só pode ser motivada por situações de emergência, urgência ou necessidade imediata. Além disso, a modalidade existe uma justificativa detalhada.

    No caso dos contratos assinados pela Prefeitura de Maués, a justificativa dada foi a “emergência financeira e administrativa” pela qual o município passa desde o início do mandato de Macelly Veras.

    No dia 2 de janeiro de 2025, primeiro dia de mandato, a prefeita eleita no último pleito declarou Estado de Emergência Administrativa em Maués, argumentando “situação de abandono da Administração Pública”, o sumiço de bens materiais públicos, urgência na aquisição de bens e serviços e deterioração na infraestrutura do município. Macelly Veras foi uma de 15 novos prefeitos do interior do Amazonas que publicou decreto semelhante.

    O Estado de Emegência dá ao executivo municipal uma série de autorizações, que incluem o fechamento de contratos de alto valor sem o processo de licitação, além de vedar a realização de quaisquer despesas no âmbito do Poder Executivo sem a expressa e direta autorização da prefeita.

    Contratos perdem transparência

    De acordo com o executivo municipal, todas as contratações foram feitas levando em consideração o critério de menor preço global. Entretanto, de modo geral, a dispensa de licitação dificulta a fiscalização do uso dos recursos públicos.

    Sem a competição aberta da licitação, há um risco maior de que as contratações sejam feitas com base em relações pessoais ou políticas, em vez de critérios objetivos de qualidade e preço.

    Além disso, a falta de competição pode permitir que os fornecedores cobrem preços inflacionados, o que pode resultar em prejuízos para o erário público.

     

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