Deputados e senadores querem reativar o Parlamento Amazônico
Deputados e senadores da Amazônia querem a reativação do Parlamento Amazônico (Parlamaz). A primeira reunião estratégica do grupo aconteceu nesta segunda-feira (30) e foi presidida pelo líder da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) no Senado Federal, senador Nelsinho Trad (PSD). Criado em 1989, o Parlamaz está inativo há cerca de oito anos. Ele foi constituído com o objetivo de estabelecer políticas integradas e estreitar as relações entre os oito países-membros.
Durante o encontro virtual, ficou definido que os oito países que detêm territórios na Amazônia devem eleger a nova diretoria executiva e elaborar um plano de trabalho para o Parlamaz em reunião marcada para o dia 21 de dezembro, a partir das 10h. Políticos de seis países amazônicos participaram da primeira reunião virtual do Parlamaz: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana e Peru.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, será convidado para participar do próximo encontro. Os embaixadores que não comparecer nesta primeira reunião, do Suriname e da Venezuela, já se comprometeram a estar presentes na próxima oportunidade.
O senador Nelsinho Trad destacou que a motivação e a pauta principal desse parlamento internacional no momento são a proteção do patrimônio, constituído pela Floresta Amazônica, com sete milhões de quilômetros quadrados, na região de maior biodiversidade do planeta. O político brasileiro acrescentou que a Amazônia corresponde a um terço das reservas de florestas tropicais úmidas do mundo, dispõe de cerca de 20% da água doce do planeta e possui um estoque de minérios ainda pouco conhecido. Além disso, a floresta abriga 1,5 milhão de espécies de plantas registradas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros; e ainda um grande número de insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.
“O Brasil enfrenta, nos dias de hoje, uma situação adversa, dado o interesse que a Amazônia desperta no mundo. Somos vistos internacionalmente como um país afastado da agenda ambiental, incapaz de preservar adequadamente a Amazônia brasileira, que representa a maior parte da nossa floresta tropical. (…) Não tem partido, não tem ideologia. O que todo mundo quer é a real e verdadeira preservação da Amazônia. Desejamos tratar desses assuntos com transparência, e apenas a verdade nos interessa. A Amazônia, a sua riqueza e a nossa responsabilidade para com a sua preservação nos irmanam e nos colocam diante de um grande desafio”, disse o parlamentar.
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Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta