Amazonastur orienta visitantes a evitar produtos com penas e partes de animais silvestres
Com a chegada do 58º Festival de Parintins, o Governo do Amazonas, por meio da Amazonastur e da Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), reforça a campanha “Turismo sem penas”. A iniciativa visa conscientizar turistas sobre os riscos ambientais do uso e da compra de artesanato feito com partes de animais silvestres.
A ação segue as diretrizes da campanha “Não tire as penas da vida”, do Ibama, e tem como objetivo prevenir o comércio ilegal de itens confeccionados com penas naturais, couro, ossos ou dentes de espécies ameaçadas.
Preservação da fauna amazônica e valorização cultural
A vice-presidente da Amazonastur, Laena Porto, destaca que o turismo sustentável está diretamente ligado à proteção da biodiversidade:
“É fundamental que o turista entenda que proteger a nossa fauna é também preservar a nossa cultura. O Festival de Parintins é um espetáculo único e precisa ser celebrado com consciência ambiental.”
Entre os itens mais usados de forma ilegal estão cocares, colares, brincos, tiaras e adereços com penas de aves ameaçadas, dentes de macaco, couro de onça e garras de gavião.
Como identificar penas naturais e alternativas legais
Penas de origem silvestre costumam ter cores vibrantes, textura macia e capacidade de retornar à forma original após serem dobradas. Já as penas artificiais são mais rígidas e não apresentam o mesmo efeito visual ou tátil.
Embora algumas penas legalizadas, como as de galinha, pavão e faisão, possam ser usadas, a maioria das peças vendidas em festivais utiliza materiais de origem ilegal. A orientação da campanha é optar por alternativas sustentáveis e certificadas.
Artesanato sustentável ganha espaço no Amazonas
O secretário executivo da Setemp, Henry Vieira, afirma que o governo tem atuado diretamente junto aos artesãos para garantir o uso de materiais permitidos:
“Nosso papel é educativo e preventivo. Estamos acompanhando a curadoria das peças e oferecendo apoio técnico para assegurar que nenhum material proibido seja utilizado.”
A artesã Kátia Souza, que trabalha com biojoias há cinco anos, explica o processo sustentável por trás das peças expostas no Shopping do Artesanato, em Manaus:
“As pessoas veem o colar pronto e acham que é simples, mas tem muito trabalho e respeito à natureza. Tudo é feito com sementes, corantes naturais e produzido por indígenas do interior.”
Uso de penas silvestres é crime ambiental
O uso e a comercialização de produtos feitos com partes de animais silvestres é crime ambiental, conforme a Lei nº 9.605/1998. A pena prevista é de seis meses a um ano de detenção, além de multa que pode chegar a R$ 5 mil. A punição é agravada quando envolve espécies ameaçadas ou ocorre em áreas de preservação.
Festival de Parintins deve promover turismo consciente
A Amazonastur reforça que o Festival de Parintins é uma das maiores manifestações culturais do Brasil e deve ser celebrado com responsabilidade ambiental. A campanha “Turismo sem penas” é uma ferramenta de educação e sensibilização, contribuindo para um turismo mais consciente e alinhado à preservação da Amazônia.