terça-feira, julho 15, 2025
More
    HomePoderBrasil“Babaquice” na PF, Moro “ingênuo” e Doria como “ejaculação precoce”

    “Babaquice” na PF, Moro “ingênuo” e Doria como “ejaculação precoce”

    Publicado em

    O presidente Jair Bolsonaro não mediu palavras em café da manhã com a Folha de S.Paulo. Bolsonaro disse que já acertou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, mudança no comando da Polícia Federal, chamou de “babaquice” a reação de integrantes da corporação às declarações dele sobre trocas em superintendências regionais. “Está tudo acertado com o Moro, ele pode trocar [o diretor-geral, Maurício Valeixo] quando quiser”, afirmou. “Essa turma [que dirige a PF] está lá há muito tempo, tem que dar uma arejada”, acrescentou. As declarações foram publicadas na edição desta quarta da Folha.

    De acordo com o presidente, apesar de sua insatisfação, não há, por ora, nenhuma definição sobre prazo de troca na PF. “Mais difícil é trocar de esposa. Eu tive uma conversa a dois com o Moro…[O diretor-geral] tem que ser Moro Futebol Clube, se não, troca. Ninguém gosta de demitir, mas é mais difícil trocar a esposa. Eu demiti o Santos Cruz, com quem tinha uma amizade de 40 anos”, disse, referindo-se à saída, em junho, do seu ex-ministro da Secretaria de Governo.

    Fogo amigo

    Bolsonaro não poupou nem mesmo dois de seus principais ministros: Moro e Paulo Guedes (Economia). Segundo o presidente, o ex-juiz da Lava Jato era um “ingênuo” e ainda hoje não passaria em uma sabatina no Senado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Já Guedes era um “chucro” até entrar em seu governo.

    O presidente foi cáustico ao comentar sobre as possibilidades eleitorais do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apontado como possível candidato tucano à sucessão presidencial. Segundo ele, Doria não tem chance em 2022 porque é uma “ejaculação precoce”. E deveria pensar “talvez” somente nas eleições de 2026. “Ele não tem apoio popular”, disse. Bolsonaro contou que pretende concorrer à reeleição “se estiver bem lá”.

    Na semana passada, o presidente acusou o governador paulista de ter “mamado nas tetas do BNDES” durante os governos petistas, em referência a empréstimos obtidos pelo tucano para financiar a compra de um jatinho. Ele contou também que conversou com Moro sobre uma eventual candidatura ao Planalto. “Já falamos, eu disse para ele que essa cadeira de super-homem é feita de kriptonita. Se quiser sentar, senta.”

    Bolsonaro disse que ainda não se decidiu sobre quais apoiará nas eleições municipais. E deu uma cutucada na líder de seu governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que postula a prefeitura de São Paulo. “Joice está com um pé em cada canoa”, afirmou, referindo-se à aproximação dela com Doria.

    “Sou o rei”

    Ele afirmou que deve anunciar até quinta-feira (5) o nome indicado para assumir o comando da Procuradoria-Geral da República. Esse depois terá de ser sabatinado e aprovado em votação no Senado.

    Ainda na conversa com os jornalistas Sergio D’Ávila e Leandro Colon, Bolsonaro recorreu a uma metáfora do jogo de xadrez para definir a importância de cada peça em seu governo. “Eu sou o rei, os ministros são os bispos, como a Tereza Cristina [Agricultura], por exemplo. E o PGR é a dama”, disse, querendo se referir à rainha do tabuleiro. Questionado sobre que função teria neste jogo o ministro Sergio Moro (Justiça), o presidente respondeu: “Ele seria a torre”.

    O presidente adiantou que o escolhido para a PGR será escolhido do “bolo” de candidatos que o visitaram nas últimas semanas. “Tem que tirar nota 7 em tudo e ser alinhado comigo”, afirmou. Segundo Bolsonaro, o escolhido, seja qual for, vai “apanhar”, apenas por ter sido escolhido por ele.

    O presidente descartou ainda indicar o subprocurador da República Alcides Martins, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), que pode assumir interinamente após 17 de setembro, quando termina o mandato da atual chefe da PGR, Raquel Dodge. Não há um prazo certo entre a indicação do presidente e a votação desse nome no Senado.

    As declarações, publicadas na edição desta quarta-feira (4) da Folha de S.Paulo, foram dadas pelo presidente nessa terça em café da manhã com a Folha no Palácio do Alvorada. O encontro foi articulado pelo vice-líder do governo no Congresso Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP). Além de Sergio D’Ávila, diretor de Redação do jornal, e de Leandro Colon, chefe da sucursal de Brasília, também participaram do encontro com Bolsonaro o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos e o chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Fábio Wajngarten.

    * Informações Congresso em Foco.

    Últimos Artigos

    Unidade móvel da SES-AM oferece exames gratuitos até 17 de julho

    A Carreta da Tomografia do Governo do Amazonas iniciou, nesta semana, os atendimentos no...

    Projeto “Oca vai à escola” leva educação ambiental a alunos de Manaus

    Iniciativa da Prefeitura de Manaus já alcançou mais de 2 mil estudantes da rede...

    Enchente do Solimões destrói lavouras e afeta mais de 4 mil famílias

    Agricultores em Iranduba perdem plantações e estruturas com avanço das águas; governo anuncia medidas...

    Com cheia e sem energia, crianças têm aulas remotas no interior do Amazonas

    Alunos da Costa do Marimba, em Careiro da Várzea, enfrentam riscos com alagamentos e...

    Mais artigos como este

    Unidade móvel da SES-AM oferece exames gratuitos até 17 de julho

    A Carreta da Tomografia do Governo do Amazonas iniciou, nesta semana, os atendimentos no...

    Projeto “Oca vai à escola” leva educação ambiental a alunos de Manaus

    Iniciativa da Prefeitura de Manaus já alcançou mais de 2 mil estudantes da rede...

    Enchente do Solimões destrói lavouras e afeta mais de 4 mil famílias

    Agricultores em Iranduba perdem plantações e estruturas com avanço das águas; governo anuncia medidas...