Os advogados de defesa de Alejandro Valeiko – suspeito de ter envolvimento no homicídio de Flávio Rodrigues dos Santos, de 41 anos, na última semana – alegam no pedido de habeas corpus concedido neste sábado (5) que o cliente sofre de “transtornos mentais”. Com isso, ele deve cumprir prisão temporária em caráter domiciliar. Outros cinco suspeitos estão presos na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
O crime ocorreu na noite do dia 29 de setembro após uma festa na casa de Valeiko, no bairro Ponta Negra, na Zona Oeste de Manaus. A vítima teria sido agredida e retirada do local após uma briga. Horas depois, na segunda-feira (30), o corpo de Rodrigues foi encontrado nas proximidades de um igarapé no Tarumã.
Em nota à imprensa, os advogados de Valeiko alegam que laudos médicos confirmam que o suspeito “sofre de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de entorpecentes; transtorno esquizofrênico e de personalidade dissocial”.
“A defesa reitera que ele já esteve na delegacia logo após o ocorrido para prestar esclarecimentos. Fez exame de corpo de delito e colaborou com as investigações. A defesa espera que tudo seja esclarecido com brevidade e com a imparcialidade profissional que qualquer investigação necessita”, diz a nota.
A Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária domiciliar neste sábado (5). A decisão foi assinada pela desembargadora plantonista Joana dos Santos Meirelles, referente aos autos de Habeas Corpus Criminal.
Investigação
De acordo com a Polícia Civil, relatos de testemunhas, imagens das câmeras de segurança e a falta de indícios físicos na portaria do condomínio fechado colocam em cheque a tese de que a residência de Alejandro tenha sido invadida por homens encapuzados, conforme a informação prestada em Boletim de Ocorrência por uma das pessoas que estava na residência na noite em que Flávio foi morto.
Um vídeo de circuito de câmeras de segurança mostra o momento em que alguns dos suspeitos da morte do engenheiro Flávio entram no condomínio de luxo onde a vítima estava antes de ser encontrada morta.
Um dos vídeos, que são analisados pela Polícia Civil, mostra dois homens chegando ao condomínio – em um carro, às 22h14 do dia 29 de setembro. Minutos depois, o mesmo veículo deixa o local às 22h32. Dessa vez, o motorista está sozinho na parte dianteira do carro. Um outro homem aparece no banco de trás.
Cinco suspeitos de envolvimento no homicídio do engenheiro foram presos:
- José Edvandro Martins de Souza Junior, 31;
- Elielton Magno de Menezes Gomes Junior, 22;
- O chefe de cozinha Vitorio Del Gatto, que morava na residência;
- O policial militar Elizeu da Paz de Souza, 37, que está lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus e, conforme investigações, seria segurança de Alejandro, também foi preso;
- Outro preso foi Mayc Vinicius Teixeira Parede, 37.
Perícia constata barro nos sapatos de foragido
Uma perícia realizada nesta terça-feira (1º) mostrou que havia barro nos sapatos e calça de Alejandro semelhantes ao do local em que o corpo do engenheiro foi encontrado. Na sexta-feira (4), o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Paulo Martins, afirmou que alguns dos suspeitos presos já haviam confessado o crime. Porém, o delegado informou que confrontará as alegações para verificar a veracidade das mesmas.
Segundo a investigação, foi encontrado sangue nas roupas de dele e no carro da vítima, que ficou estacionado na garagem do condomínio.
Prefeito e primeira-dama comentam caso
No início da semana, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, disse que dois homens encapuzados invadiram o condomínio e agrediram Alejandro e outros convidados da festa. Na saída, ele teriam sequestrado o engenheiro.
‘Meu filho não matou ninguém’ diz Elisabeth Valeiko, primeira-dama de Manaus
Porém, durante as investigações, a polícia identificou que os criminosos entraram como convidados de Alejandro Valeiko.
Em declaração nesta quarta-feira (2), a primeira-dama de Manaus, Elizabeth Valeiko, disse que o filho não tem participação no crime. Segundo ela, Alejandro é dependente químico e foi internado em uma clínica de reabilitação após prestar depoimento à polícia.