Nos últimos dias, o Amazonas vem sofrendo com uma densa fumaça e cheiro de queimada pela capital e municípios do interior do interior do estado, como em Novo Aripuanã e Coari. A fumaça é proveniente dos focos de calor registrados na Região Metropolitana de Manaus e no Sul do Amazonas. Especialistas afirmam que as queimadas podem se intensificar no estado nas próximas semanas devido ao fenômeno climático El Niño.
Quando a floresta está mais seca, o fogo é intensificado e os fazendeiros conseguem renovar as áreas agrícolas e para pastagens. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que, até o dia 05 de setembro, o Amazonas já havia registrado 2.594 focos ativos de queimadas, para o mês, sendo 1.703 apenas nas últimas 48h.
“Essa fumaça que cobriu Manaus veio da região de Autazes, mas está generalizado, todo canto pegando fogo”, disse Heitor Pinheiro, analista de processamento da Fundação Vitória Amazônica (FVA). Para o especialista, o cenário de queimadas e fumaça tende a piorar na região nas próximas semanas.
Incêndios em Manaus e fumaça
A capital também presenciou incêndios – na última semana de agosto, o Corpo de Bombeiros registrou 30 casos de incêndios.
Para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), o fenômeno El Niño também influencia nesses dados, pois ele dificulta a dispersão da fumaça no ar, que se acumula sobre as cidades. Já para o coordenador da Fundação Vitória Amazônica, Fabiano Silva, o quadro tende a piorar.
“Este ano, especialmente em função do El Niño, as florestas ficam mais secas e mais propensas ao fogo. Isso aumenta consideravelmente a dificuldade de controle desses eventos de pequenos focos de calor que podem se alastrar e se tornar incêndios maiores”.
Diante dessa situação, a Defesa Civil divulgou um alerta sobre a baixa umidade do ar para os próximos dias. O órgão prevê uma umidade entre 30% a 20%, quando na normalidade esses índices ficam em torno de 90%. Esse cenário pode alastrar as queimadas no estado.
Além de Manaus, os municípios registram a queda na umidade: Anamã; Anori; Apuí; Autazes; Beruri; Borba; Caapiranga ; Canutama; Careiro; Careiro da Várzea; Coari; Codajás; Humaitá; Iranduba; Itacoatiara; Manacapuru; Manaquiri; Manicoré; Maués; Nova Olinda do Norte; Novo Aripuanã; Rio Preto da Eva e Tapauá.
Cuidados com as ondas de calor
Como forma a minimizar a situação, a Prefeitura de Manaus lançou a campanha “Manaus sem fumaça” que visa conscientizar e desenvolver ações de educação ambiental. Alerta ainda que, em caso de incêndios, seja rapidamente notificado o Corpo de Bombeiros, pelo número 193.
O maior efeito das ondas de calor e inalação da fumaça das queimadas, é o sistema respiratório. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as queimadas contribuíram com o aumento em até duas vezes para o risco de hospitalização por doenças respiratórias.
Além dos danos respiratórios, a inalação em demasia pode ocasionar câncer de pulmão e alterações genéticas, à longo prazo. Portanto, nesse período, intensifique alguns hábitos saudáveis, como o consumo adequado de água.
De acordo com meteorologista Lenizia de Souza, da Defesa Civil, é importante evitar a exposição ao sol e atividades durante as horas mais quentes do dia. Outra alternativa é umidificar o seu ar. “Também é importante umidificar o seu ar. Se não tiver, dá para botar um recipiente com água”, afirmou.
Se os sintomas persistirem, procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima ou ligue 192.
Amazonas reduz índices de focos de calor
Apesar o atual cenário, houve uma redução dos focos de queimadas no Amazonas, em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme a Sema, no acumulado do ano, o Amazonas tem redução de 23,78% no número de focos.
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Com informações da Gazeta da Amazônia*