Você já deve ter ouvido falar em crédito de carbono, certo? Mas, o que realmente significa esse novo mercado em evidência? A seguir, vamos explicar o que é o mercado de carbono e o que ele representa para o planeta.
Créditos de carbono
Os créditos de carbono representam um mercado de créditos gerados com base na não emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Essa “moeda” pode ser comercializada entre países e o objetivo é reduzir a liberação dos gases no planeta.
O conceito que ganhou evidência nos últimos anos, não é tão novo assim. O termo “crédito de carbono”, surgiu a partir do Protocolo de Kyoto em 1997. Lá atrás já havia uma preocupação com os gases que causam o efeito estufa e outros problemas também associados às mudanças no clima ao longo dos anos.
Como funciona o mercado de crédito de carbono?
O mercado de crédito de carbono funciona como um produto ou uma moeda. Países que emitem altos níveis de gases nocivos ao planeta, podem por meio da aquisição de créditos de carbono, cumprirem as suas metas de redução desses danos ambientais. Seria uma medida indireta, caso não consiga cumprir metas diretas de sustentabilidade.
Por outro lado, os países que conseguem ganhar mais créditos podem negociar essa moeda. Assim, além de contribuir com os objetivos globais de sustentabilidade, os países que mais possuem créditos estimulam os demais a colocar em prática cada vez mais estratégias e medidas que visam a redução da emissão de poluentes na terra.
Como vender?
As particularidades sobre a negociação são definidas por meio da legislação de cada país.
No Brasil, por exemplo, esse conceito é regulamentado por meio do Decreto nº 5.882 de 2006. A comercialização é feita de acordo com as regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), podendo ser unilateral, bilateral ou multilateral.
Unilateral
A modalidade unilateral ocorre quando um país em desenvolvimento realiza projetos dentro do próprio território. Esses projetos devem promover a redução da emissão de CO2, gerando créditos que poderão ser comercializados a um valor definido pelo próprio país que desenvolveu o projeto em território nacional.
Bilateral
Na modalidade bilateral, os projetos elaborados por um país em desenvolvimento podem ser executados em um segundo país em desenvolvimento, que será denominado como “país hospedeiro”. Assim, o CO2 não emitido gerará créditos para o país que elaborou e implementou os projetos – nesse caso, o valor do crédito de carbono também é definido pelo país que implementou o projeto no hospedeiro.
Multilateral
A terceira modalidade é a multilateral, na qual os projetos e as estratégias de redução de emissão de CO2 são implementados e financiados por fundos internacionais. Nessa modalidade, o valor do crédito de carbono é definido por esses fundos de investimento.
Ações que geram créditos de carbono
Abaixo, alguns exemplos de estratégias que diminuem a emissão de gases de efeito estufa:
Redução dos níveis de desmatamento;
Conscientização e campanhas para estimular o consumo consciente;
Utilização de fontes de energia alternativas;
Criação de políticas sustentáveis e de preservação ambiental;
Promoção e estruturação de mobilidade urbana sustentável.
Desvantagens do crédito de carbono
Alguns estudiosos e ambientalistas acreditam que os créditos de carbono não podem ser vistos como algo vantajoso. De acordo com esse posicionamento, o crédito de carbono funciona como uma licença para continuar poluindo.
Além disso, o mercado de carbono, por movimentar muito a economia dos países, pode ser supervalorizado. Essa supervalorização da economia pode prejudicar países em desenvolvimento, já que esses não detêm as tecnologias suficientes para implementar projetos que reduzam suas emissões. Sendo assim, o aumento dos valores dos créditos impossibilita-os de comprá-los.
O mercado de carbono no Amazonas
No ano passado, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União), assinou um decreto que estabelece as cotas e a alocação dos créditos de carbono disponíveis para comercialização no Amazonas. Ao todo, mais de 809,6 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2e) estão disponíveis para venda no estado.
O Secretário de Estado do Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira fala sobre o início do mercado de carbono no Amazonas e do momento histórico em que vive o Estado sob a liderança de Wilson Lima: “Temos 97% da nossa cobertura florestal preservada, mas 50% da nossa população ainda está na pobreza, e temos uma urgência em resolver isso, usando esses ativos ambientais, investindo em inovação e também em novas matrizes econômicas e, claro, sustentáveis”, completa Taveira.
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