Em nível nacional, o número de doações de sangue caiu aproximadamente 20%, em virtude da pandemia da Covid-19. Para incentivar a doação voluntária e regular, o Ministério da Saúde realiza, nesta terça-feira (23), o dia D da campanha “Meu Sangue Brasileiro”.
No Amazonas, a situação é ainda mais crítica, segundo a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia (Hemoam). O abastecimento de sangue no estado registrou uma queda de 70%, ocasionada pela pandemia, somada ao período chuvoso que o Amazonas vive.
Este ano, o objetivo da campanha do Governo Federal é melhorar a informação sobre a segurança da doação de sangue durante a pandemia. A reposição frequente dos estoques de sangue é necessária para tratar anemias crônicas, cirurgias de urgência, acidentes que causam hemorragias, complicações da dengue, febre amarela, tratamento de câncer e outras doenças graves.
No Amazonas, a situação atual dos tipos sanguíneos A+, O+ e O- é preocupante. Mais de 80% da demanda em todo estado gira em torno desses fatores. A disponibilidade de bolsas desses grupos está 70% abaixo da meta no estoque.
Nesta semana, inclusive, o Hemoam começou a acionar os hospitais que recebem produtos sanguíneos do hemocentro para ajudarem na reposição dos estoques. “Sempre que um paciente precisa de sangue, é necessário um trabalho educativo da equipe de assistência junto à família desse paciente para mobilizar parentes e amigos na reposição dessas bolsas utilizadas”, explicou o diretor clínico do Hemoam, Nelson Fraiji.
Segundo dados do ministério, atualmente a taxa de doação de sangue voluntária da população brasileira é de 1,6%, número que está dentro do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2019, o governo investiu R$ 1,5 bilhão na rede de sangue e hemoderivados no Brasil e R$ 1,6 bilhão em 2020. O valor diz respeito à aquisição de medicamentos e equipamentos, reformas, ampliação e qualificação da rede.
Como doar sangue – Para ser doador, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos e estar com boa saúde. Menores de 18 anos só podem doar com a presença dos pais ou responsável legal. É preciso estar bem alimentado e apresentar documento oficial com foto.
Quem contraiu Covid-19 ou outras síndromes respiratórias agudas, a doação pode ser realizada após 30 dias do desaparecimento total dos sintomas.
A doação de sangue é segura e não contraindica a vacinação, podendo, inclusive, receber a vacina logo em seguida à doação”, garante o coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Rodolfo Firmino.
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Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta