segunda-feira, julho 7, 2025
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    Número de casos de indígenas infectados por coronavírus triplica a cada 5 dias no país

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    Um almoço de confraternização na casa de um indígena infectado pelo novo coronavírus levou à contaminação  de outros 31 da etnia Kokama, moradores da Aldeia São  José, em Santo Antônio do Içá, interior do Amazonas,  localizada na região do Alto Solimões. A informação  foi confirmada na noite desta quinta-feira ao GLOBO  pela  Secretaria de Saúde do município. Além dos 31  infectados, outros dois já tinham dado positivo para a  Covid-19: o anfitrião da festa, e uma  mulher, também  kokama. Com isso, os registros entre índios aumentaram 744% em pouco mais de uma semana no país.

    No dia 13 de abril havia, de acordo com os dados da  Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), nove  casos. Saltou para 26 no dia 18 e chegou a ao menos 75  testes positivos agora. Isso equivale a dizer que o  número de registros triplicou a cada cinco dias. A  Sesai ainda não tem esses novos números porque eles  serão enviados nesta sexta-feira para a sede, em  Brasília, atualizar o boletim epidemiológico ao fim da  tarde.

    Segundo o secretário de saúde de Santo Antônio do Içá,  Francisco Ferreira Azevedo, foram coletadas 64 novas amostras da população, dos quais 43 deram positivos,  31 delas entre indígenas.

    – É triste, só isso o que eu tenho a dizer. A gente se  esforça para informar as pessoas, faz campanha de  distanciamento social e aí não pode juntar amigos e  parentes em um almoço de confraternização. Ainda mais  na casa de uma pessoa que testou positivo – afirma  Azevedo ao acrescentar que estão todos em isolamento domiciliar.

    Azevedo afirma ser bem difícil controlar isso nas  aldeias, uma vez que os indígenas costumam se reunir  com bastante frequência e compartilham muitas vezes o  mesmo talher e prato.

    – Mas vamos continuar nosso trabalho de prevenção para  que os casos não aumentem ainda mais – diz.

    Com esses novos registros, Santo Antônio do Iça já  soma 38 casos de coronavírus entre os índios. Entre  eles, quatro já foram curados,  inclusive a agente de  saúde Suzane da Silva Pereira, a primeira indígena a  contrair a Covid-19 no Brasil.

    A aldeia São José possui 1.658 moradores. A população  Kokama, que faz parte da família dos Tupi-Guarani,  habita a região do Solimões e é distribuída entre os  municípios de Tabatinga, São Paulo de Olivença,  Benjamim Constant, Amaturá, Santo Antonio do Içá,  Tonantins, Fonte Boa, Tefé e Jutaí.  Também há  registros dos Kokama no Peru e na Colômbia.

    Manaus tem 1/4 dos casos; ‘caso zero’ veio de SP

    A capital Manaus, que liderava até então o número de  casos no Amazonas, foi ultrapassada de longe pelo Alto  Solimões, o novo foco da doença entre indígenas no  estado, como mostrou O GLOBO na semana passada.  Contabiliza até o momento 19 casos, dos quais 14 deles  foram registrados na Aldeia Terra Preta, localizada no  Baixo Rio Negro, todos da etnia baré.

    – Um caso peculiar que marcou a contaminação desses  indígenas da Terra Preta foi o retorno de um morador  da aldeia que estava casado em São Paulo. Ele se  separou e voltou e logo de cara contaminou 12 pessoas.  Tratamos ele como o ‘caso zero’ aqui em Manaus –  afirma Mario Ruy Lacerda de Freitas Junior,  coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena  (Dsei).

    De acordo com Freitas Junior, há ainda outros cinco  caso entre as etnias Sateré Mawé (1), Desana (1), Mura (1),  Apurinã (1) e uma garotinha munduruku, de 3 anos.

    – Tudo é muito novo para nós. A gente entra nas terras  com a permissão das lideranças indígenas e muitos  deles não permitem a entrada, não todas, mas a  maioiria resiste à nossa entrada com medo de infectá- los – conta Junior.

    Nordeste registra os primeiros casos

    Além da Região do Alto Solimões (45), Manaus (19),  Parintins (4) e Médio Purus (2), todos no Amazonas, a  Região Nordeste registrou os primeiros casos, um em  Pernambuco e outro no ceará. Em Pernambuco trata-se de um indígena da etnia Pankararu e no Ceará, de uma indígena Tupinambá.

    Há ainda três casos nas áreas dos Dseis Litoral Sul  (1), no Paraná; Minas Gerais e Espirito Santos (1) e  Yanomami (1), em Roraima. Oficialmente, o Sesai registra quatro mortes até o momento.

    Na semana passada, o Amazonas registrou mais uma morte de um indígena por coronavírus. A vítima desta vez foi um senhor de 67 anos, da etnia  Sateré Mawé. Ele estava internado no Hospital de Maués, interior do estado, e teve seu quadro agravado por sofrer de diabetes. Além dele,  outras três etnias distintas registraram óbitos: kokama, tikuna e ianomâmi.

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    Com informações de O Globo*

     

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