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    Operação Hela: desfecho do feminicídio de jovem grávida

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    Através da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) revelou nesta quinta-feira (10/08) os resultados finais da terceira fase da Operação Hela. O foco da operação era o feminicídio de Débora da Silva Alves, uma jovem de 18 anos, grávida de oito meses. Ela havia desaparecido em 29 de julho e seu corpo foi encontrado em 3 de agosto em uma área de mata no bairro Mauazinho, zona leste de Manaus.

    O principal suspeito do crime, Gil Romero Machado Batista, 41 anos, foi detido na terça-feira à noite, 8 de agosto, em Curuá, estado do Pará. Sua prisão ocorreu durante uma operação conjunta das polícias civis do Amazonas e do Pará. Ele foi transferido para Manaus na quarta-feira, 9 de agosto.

    O que diz a Polícia Civil

    Em uma coletiva de imprensa realizada na sede da Delegacia Geral (DG), Bruno Fraga, delegado-geral da PC-AM, expressou sua gratidão pelo esforço de todos os envolvidos e destacou a dedicação incansável das equipes da Delegacia de Homicídios, que responderam rapidamente às preocupações da população.

    “Hoje trazemos à tona o desfecho deste crime hediondo que chocou a sociedade. Palavras não podem quantificar a crueldade desse ato. Durante o depoimento, o principal suspeito confessou o crime, revelou a morte do bebê e detalhou toda a sequência criminosa”, disse o delegado-geral.

    A deputada estadual Alessandra Campêlo e a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) elogiaram o trabalho incansável das equipes investigativas e a competência da Polícia Civil em resolver rapidamente o caso.

    “Gostaria de enfatizar a importância de denunciar qualquer forma de violência, seja física, psicológica ou outra, para garantir ações adequadas e evitar que cheguemos a esse ponto”, ressaltou a deputada.

    O delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, enfatizou o trabalho das equipes investigativas desde o início, com o objetivo de esclarecer o caso. Ele apresentou o desfecho desta tragédia.

    “Nos deslocamos até o estado do Pará, onde ele [Gil Romero] foi encontrado e detido. Era importante dar essa resposta a todos, devido à brutalidade deste crime. Já em Manaus, durante o interrogatório, ele confessou o crime, mas afirmou que sua esposa não teve qualquer envolvimento. De fato, as investigações até agora apontam para a ausência de participação dela”, relatou Ricardo Cunha.

    O crime

    Durante a coletiva, a delegada adjunta da DEHS, Deborah Barreiros, detalhou a dinâmica do crime, conforme revelada por Gil Romero após o confronto, juntamente com José Nilson Azevedo da Silva, também conhecido como “Nego”, preso em 3 de agosto por seu envolvimento no crime.

    “Agora entendemos o que realmente aconteceu. Gil Romero atraiu Débora para a usina onde trabalhava como vigilante para discutir sobre a paternidade do bebê. Dentro de um Honda Civic, eles iniciaram uma discussão porque ela estava exigindo suprimentos para sua gravidez e para o bebê. Isso levou a uma agressão física por parte dele, deixando-a inconsciente”, explicou a delegada.

    De acordo com a autoridade policial, nesse momento, ele chamou “Nego”, e ambos usaram uma corda para estrangular a jovem. Em seguida, levaram-na para um galpão, atearam fogo em seu corpo, colocaram-no em um tonel e o abandonaram na área de mata.

    “No entanto, quando Gil Romero estava no trabalho, temeu que, se os restos da criança fossem encontrados, ele fosse identificado como o principal suspeito. Por isso, pegou uma faca de pão, abriu o abdômen da jovem e retirou o bebê já falecido, colocando-o em um saco de estopa junto com vários materiais de construção”, contou Deborah.

    Durante seu depoimento, Gil Romero relatou que colocou o saco no porta-malas de seu carro, dirigiu até o Porto da Ceasa, na zona sul, onde pegou um catraieiro e disse que precisava atravessar para o município de Careiro (a 88 quilômetros de Manaus). No meio do trajeto, jogou o saco no rio, que afundou devido ao peso. Depois, pegou outro catraieiro e voltou para Manaus.

    Após tomar conhecimento do desaparecimento de Débora e antecipando as buscas da polícia, ele confessou à família que havia feito “uma grande besteira” e precisava fugir.

    A delegada Deborah acrescentou que a participação de uma terceira pessoa não está descartada e continua sob investigação. O término do laudo pericial será aguardado para encerrar o Inquérito Policial (IP). Gil Romero e José Nilson responderão por feminicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver. Ambos permanecerão sob custódia judicial.

    Com informações da Gazeta da Amazônia*

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