O que você precisa saber sobre a CoronaVac, a vacina do Butantan
O Instituto Butantan divulgou nesta quinta-feira (7) resultados do teste de eficácia da vacina CoronaVac, produzida no Brasil. Nenhum dos 12.476 profissionais de saúde que participaram do estudo teve Covid-19 em sua forma grave ou moderada e não foi registrada nenhuma morte ou internação hospitalar, sendo então a proteção de 100%. Entre os casos leves registrados nos testes, a proteção da vacina foi de 78%.
O Butantan informou que os testes da fase 3 no Brasil foram realizados em 16 centros clínicos em 8 estados envolvendo 12.476 profissionais de saúde da linha de frente até o momento, e que destes, apenas 220 contraíram a Covid-19 de forma leve.
Registro na Anvisa
Com a divulgação desse resultado, o instituto já entrou com pedido emergencial de registro do imunizante na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O pedido faz da CoronaVac a primeira vacina contra o novo coronavírus a buscar autorização junto ao órgão. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem defendido abertamente a vacina e já confirmou à imprensa que pretende começar a imunização dos paulistas no dia 25 de janeiro.
Como funciona a Coronavac?
A vacina da Sinovac usa vírus inativados. Isso costuma ser suficiente para gerar uma resposta imune e criar no nosso organismo ou memória de como nos defender contra uma ameaça. A aplicação da CoronaVac ocorre em duas doses, sendo a segunda entre 14 e 28 dias após a aplicação da primeira. Ainda não se sabe a duração da proteção do imunizante.
A Coronavac usa uma tecnologia bastante tradicional de imunização, desenvolvida há cerca de 70 anos. Entre as que tomamos que utilizam essa tecnologia, estão as de gripe, hepatite A e poliomielite (na versão injetável).
Como é feita a produção?
O Butantan anunciou que a fabricação ocorrerá sete dias por semana para que a produção diária alcance a capacidade de 1 milhão de doses. O primeiro lote de vacinas terá aproximadamente 300 mil doses. O Instituto espera, assim, ter 40 milhões de doses prontas produzidas localmente ainda em janeiro.
Resistência de Bolsonaro
Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já chegou a dizer que a CoronaVac poderia causar mortes, invalidez e anomalias e que não compraria o imunizante. E mais: comemorou, inclusive, boatos que diziam que a vacina não seria muito eficaz contra a COVID-19.
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta que pretende iniciar a vacinação de grupos prioritários do Brasil a partir do próximo dia 20. O Ministério da Saúde informou que assinou um contrato com o Instituto Butantan para adquirir todas as 100 milhões de doses que o órgão produzir.
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Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta
*Com informações do Uol