A OneWeb, empresa com sede em Londres, está pronta para lançar os primeiros seis satélites de seu projeto bilionário para levar internet a todos os cantos do planeta. O plano é colocar cerca de 2 mil objetos do tipo na órbita em torno da Terra.
O lançamento de seus satélites, nesta quarta-feira (27), em um foguete russo Soyuz, a partir da Guiana Francesa, é programado para as 18h37, horário de Brasília.
Controladores na sede da OneWeb em Londres estarão esperando para captar sinais do equipamento quando eles se soltarem da parte superior do foguete russo.
A tarefa mais importante dos satélites é garantir as frequências necessárias que permitirão a transmissão de dados em alta velocidade de internet.
Supondo que esses desbravadores tenham o desempenho esperado, a OneWeb seguirá com a colocação do restante da constelação de satélites no final do ano.
Haverá um lançamento mensal de foguetes Soyuz, que levarão até 36 satélites por vez.
Para fornecer cobertura global de internet, serão necessárias 648 unidades em órbita.
“Nós vamos conectar muita gente que não está conectada no momento”, explicou Adrian Steckel, CEO da OneWeb. “Vamos começar focando em conectar escolas, navios, aviões e grandes áreas do planeta que não fazem sentido para fibra (internet por fibra óptica)”, disse ele à BBC News.
Quem está apoiando a OneWeb?
A empresa foi criada pelo empresário de telecomunicações americano Greg Wyler. Ele já havia fundado outra constelação, chamada O3b, que significa “outros três bilhões” – uma referência à metade do planeta sem conectividade.
A O3b opera uma frota de 16 satélites que se deslocam pelo equador a uma altitude de 8.000 km. A OneWeb é uma ideia ainda mais grandiosa de Wyler – uma rede muito mais densa que voa a apenas 1.200 km acima do solo.
A proximidade dos satélites, sua alta taxa de transferência – mais de um terabit por segundo através da constelação – e a cobertura global prometem transformar o provimento de internet para aqueles que estão atualmente desassistidos ou simplesmente não contam com o serviço.
Quais são os custos dessa iniciativa?
Os custos são bem altos. A tecnologia de satélites é muito mais barata do que costumava ser, e o grande número de satélites necessários para a rede reduz o custo unitário. Mesmo assim, os satélites, produzidos pela Airbus, parceira da OneWeb, tem um preço estimado em cerca de US$ 1 milhão (o equivalente a R$ 3,75 milhões) cada.
E quando você adiciona toda a infraestrutura necessária para operar o sistema, o custo total é de mais de US$ 3 bilhões (R$ 11,25 bilhões).
O espaço já não está cheio demais?
Este é um ponto muito debatido. Há mais de 4 mil satélites operando em órbita, voando em várias altitudes, e um número um pouco maior de equipamentos espaciais antigos que interromperam as operações.
Se várias megaconstelações forem lançadas, haverá uma aumento significativo nessa população em órbita – e o potencial de colisões tem preocupado especialistas.
Um estudo recente – patrocinado pela Agência Espacial Europeia e apoiado pela Airbus – descobriu que as novas redes precisarão tirar de órbita seus veículos espaciais antigos, obsoletos, dentro de cinco anos ou correrão o risco de aumentar seriamente a probabilidade dos objetos se chocarem uns com os outros.
A OneWeb diz estar com essa preocupação em mente. A UKSA, como o órgão de licenciamento, tem trabalhado em estreita colaboração com a empresa para garantir que equipamento ultrapassado seja retirado do céu o quanto antes.
*Com informações da BBC Brasil