Yolanda Bento, do Portal Projeta – O Instagram é uma das redes sociais mais usadas para autopromoção e marketing. As curtidas, os famosos likes, ditam o trabalho de influencers digitais, empresas, marcas e pequenos negócios. Mas, o Instagram tem outras ideias sobre isso. Agora o objetivo é fazer com que os usuários se desprendam dos números de uma publicação ou perfil.
Partindo disso, foi iniciado na quarta-feira (18) os testes para esconder o número das curtidas de fotos e vídeos publicados na rede social. O mesmo já havia acontecido no Canadá e Estados Unidos.
“Queremos que seus seguidores se concentrem no que você compartilha, não em quantos likes seus posts recebem”, diz nota feita pela assessoria da rede social.
A experiência faz parte de uma série de medidas que o Instagram vem anunciando nos últimos meses para combater práticas nocivas na rede, como o discurso de ódio ou o bullying na web. Essa mudança veio como uma resposta a críticas de que a lógica de funcionamento da plataforma criava um ambiente prejudicial ao bem-estar dos usuários.
Um estudo da Sociedade Real para a Saúde Pública, realizado em 2017, apontou o Instagram como a pior rede social para o bem-estar e a saúde mental de adolescentes. Segundo o estudo, o Instagram tem impactos importantes em adolescentes, provocando ansiedade, depressão e solidão, além de outros efeitos como na autoimagem dos jovens a partir da lógica das fotos.
A partir de agora, apenas os donos dos perfis poderão ver quantas pessoas curtiram suas postagens. Mesmo que essa nova atualização ainda esteja em fase de teste, a configuração já tem causado polêmica pela internet. Tanta polêmica que até o vereador Carlos Bolsonaro comentou sobre.
https://twitter.com/CarlosBolsonaro/status/1151554034139947009
Mas, o que de fato representa essa mudança?
Com a ajuda da outra rede social Twitter, o Projeta separou alguns comentários que explicam um pouco sobre o impacto da retirada dos likes:
Alexandra Gurgel, Youtuber e influenciadora, diz que a mudança vai dificultar a venda por engajamentos na plataforma.
O Youtuber e influenciador Felipe Neto disse que espera que “esse fim dos likes também traga o fim do facetune (aplicativo de photoshop), dos retoques desesperados e da máscara de perfeição”
O que penso sobre o fim dos likes no Instagram. pic.twitter.com/g2HBuuHcZz
— Felipe Neto (@felipeneto) July 17, 2019
Os benefícios do “fim” dos likes são incontáveis, conteúdo terá mais valor que popularidade, a sanidade mental das pessoas será menos afetada nessa disputa incansável de mais e mais popularidade e curtidas nesse “jogo” de vaidade.
Saúde mental é importante e essencial ❤️ pic.twitter.com/QU71pSAifd
— dan (@Danzits) July 17, 2019
"o fim dos likes do instagram vai ajudar na sua saúde mental"
ô tonto, você ainda pode ver quantas pessoas curtiram tuas fotos
você não poderá ver quantas pessoas curtiram as fotos dos outrosÉ um troço tão sem cabimento. Facebook criou uma narrativa fofinha e todos caíram.
— Luide (@luide) July 17, 2019
O fim dos likes no Instagram é uma estratégia não para a saúde mental, bobinho quem acredita nisso. Com certeza é voltado para que marcas e pessoas gastem mais dentro da plataforma investindo em mídia para aparecer para um número maior de pessoas
— DISTRIBUIDOR DE MEMES e AGITADOR CULTURAL (@matheuslaneri) July 17, 2019
Sobre o fim dos likes pra quem usa o Instagram pra divulgar trabalho e tudo mais, ótimas observações do @paulodelvalle! pic.twitter.com/S1MMZGoVpg
— Tati (@tatianeherder) July 17, 2019
Outras mudanças
Além dos testes retirando a visibilidade pública das curtidas, a empresa anunciou algumas outras ações voltadas a coibir essas práticas. Neste mês, em uma nota, o diretor Adam Mosseri informou a implantação de uma ferramenta que usa Inteligência Artificial para questionar o usuário sobre seu conteúdo antes de postá-lo, se o sistema considerar que este pode ser ofensivo.
“Testes preliminares desse recurso mostraram que ele encoraja algumas pessoas a rever os comentários e compartilhar algo que gere menor dano, uma vez que elas tiveram a chance de refletir”, disse Mosseri no comunicado, divulgado no dia 8 de julho.