O Caso Mariana Ferrer gerou reação de parlamentares do Amazonas durante sessão na ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) na manhã desta quarta-feira, 4. As manifestações ocorreram após a divulgação do vídeo da audiência em que o promotor Thiago Carriço de Oliveira afirma que não houve intenção pelo empresário André de Camargo Aranha de estuprar a influenciadora digital. Ele foi inocentado.
A deputada Alessandra Campêlo (MDB), vice-presidente da ALE e presidente da comissão de Defesa da Mulher, Família e Idoso afirmou que fará uma nota de repúdio ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para que seja anulado o julgamento.
“Não podemos nos calar diante do absurdo que aconteceu com Mariana Ferrer e que, infelizmente, é um retrato da realidade de muitas mulheres não só no Brasil como no mundo, que por medo de serem humilhadas e desacreditadas não denunciam esses crimes”, disse.
A deputada estadual Joana Darc (PL) afirmou que é preciso denunciar e que os comportamentos vistos no julgamento mostram como são tratadas as mulheres vítimas de violência.
“As ações e comportamentos vistos durante o julgamento só refletem como são tratadas as mulheres vítimas de violência, que precisam todos os dias lidar com uma sociedade machista e hipócrita que sempre arruma desculpas para culpar meninas, jovens e mulheres por todo tipo de atrocidade causado por homens sem escrúpulos, como no caso de Mariana Ferrer”, disse.
O presidente da ALE, Josué Neto (PRTB), afirmou que a Casa Legislativa “não medirá esforços para garantir respeito entre homens e mulheres”. “Como homem público nós temos a obrigação de trabalhar para que esse tipo de acontecimento não seja corriqueiro, não faça parte do nosso cotidiano e que nós não possamos nunca enxergar tais acontecimentos como coisas normais porque não são normais”, disse.
Caso Mariana Ferrer
Mariana Ferrer acusa André de Camargo Aranha de estupro cometido em um clube de luxo em dezembro de 2018 onde ela trabalhava, após ter sido dopada. O empresário chegou a ser denunciado pelo Ministério Público e teve pedido de prisão temporária aceito pela Justiça, mas que acabou suspenso em segunda instância.
No vídeo da audiência, ele é defendido pelo promotor Thiago Carriço de Oliveira que argumentou que não havia como Aranha saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo portanto intenção de estuprar.
O advogado de defesa de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, também foi criticado por exibir na audiência cópias de fotos sensuais produzidas por Ferrer quando era modelo para reforçar o argumento de que a relação foi consensual e descredibilizar Mariana.
O empresário foi absolvido no dia 9 de setembro pelo juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis e o caso gerou revolta nas redes sociais.
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Com informações do Portal Amazonas Atual*