O transporte por aplicativo é utilizado com mais frequência por 28% dos moradores da Região Norte após a pandemia, informa pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O transporte de passageiros por ônibus deixou de ser a primeira opção de 26% dos nortistas. O estudo, que avalia o uso transporte urbano no Brasil, entrevistou 2.019 pessoas entre os dias 1⁰ e 5 de abril deste ano nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Conforme o levantamento, o carro próprio é preferido por 29% dos moradores da Região Norte, enquanto a moto passou a ser utilizada com mais frequência por 24%. A pesquisa informa que 48% dos nortistas preferem o carro porque é mais rápido e 42% por ser mais confortável.
Além disso, 42% disseram que já chegaram atrasados ao trabalho devido problemas no transporte e 35% deixaram de aceitar emprego por causa de problemas com locomoção.
O engenheiro de trânsito Manoel Paiva afirma que a pandemia de Covid-19 influenciou a forma de locomoção nas cidades desde que foram determinadas as restrições sanitárias de combate à doença. Com o isolamento social, muitas pessosas começaram a utilizar com mais frequência o transporte por aplicativo.
Paiva conta que a preferência dos passageiros também foi influenciada pela insegurança do transporte coletivo e busca por conforto, gerando o aumento operacional de carros e motocicletas por aplicativo.
“O sistema de transporte público começou a perder passageiros por um detalhe muito simples: o sistema, hoje, não é confiável. Tem um longo tempo de espera. Quando o ônibus passa, já vem lotado. Ou seja, gera um desconforto. Com isso, também implica um longo tempo de percurso, porque as ruas estão engarrafadas. Hoje, não tem prioridade de operação para o transporte coletivo”, disse Manoel Paiva.
Qualidade de vida
Para a psicóloga Deborah Pacheco, a mudança de comportamento dos nortistas está relacionada à busca por qualidade de vida após a pandemia, na tentativa de encontrar alternativas de transporte para passar menos tempo no trânsito e economizar. A partir disso, Pacheco também observa a maior presença de motocicletas nas cidades da região.
“Sai mais viável após a pandemia por questões de economia e estresse no trânsito. As pessoas estão mais impacientes em esperar o trânsito que tá tendo, estão buscando modalidade mais fácil. A gente observa uma quantidade de moto uber na cidade. Então, essa modalidade passou a ser algo mais rápido”, disse Deborah Pacheco.
“A qualidade de vida foi dada como prioridade. Além da economia de tempo, a gente também economia gasolina e tem a questão da insegurança também”, acrescentou.
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