O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), confrontou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após ataques contra os membros da CPI da Covid-19 no Senado.
Durante visita a Chapecó(SC), no último sábado(26), o presidente chamou os senadores que compõe a CPI de “pilantras” e classificou o trabalho realizado pela comissão como “tapetão”.
“Temos uma CPI de sete pilantras que não querem investigar quem recebeu o dinheiro, apenas quem mandou o dinheiro. Lamentavelmente, o Supremo decidiu pela CPI e decidiu também que os governadores [não eram obrigados] a comparecer à mesma. Querem apurar o quê? No ‘tapetão’, não vão levar”, afirmou.
Ramos se manifestou, nesta segunda-feira(28), após as declarações do presidente e questionou por que o presidente ainda não se pronunciou a respeito das denúncias de operações suspeitas na compra da vacina Covaxin, expostas na CPI da pandemia.
“Por que o presidente, ao invés de atacar membros da CPI, simplesmente não negou que tenha dito que o seu líder era o responsável por operações suspeitas na compra da vacina Covaxin? Na verdade, por que ele não negou isso até agora? Ricardo Barros deveria cobrar essa negativa”, criticou.
Bolsonaro não se manifestou até o momento sobre o assunto.
Curiosamente, Ramos contraria a posição do presidente Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é aliado de Bolsonaro e que foi eleito para a mesa da Casa com apoio do presidente.
Nesta quarta-feira(30), haverá um “superpedido” de impeachment de Jair Bolsonaro reunindo todas as acusações de relacionadas a supostos 22 crimes e unificando os argumentos contidos nos mais de 100 pedidos de impedimento já protocolados contra o presidente, que nunca foram levados adiante quando Rodrigo Maia comandava a Câmara.
Conforme os bastidores, Lira também não deve dar andamento a nenhum pedido de impeachment contra o presidente.
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