No primeiro semestre de 2020, a capital amazonense registrou 132 casos de hepatites, sendo, dentre elas, 39 casos de hepatite B e 24 casos de hepatite C. Em 2019, Manaus contabilizou 968 diagnósticos de hepatites, sendo prevalentes os tipos B, com 347 casos, e o tipo C, com 174 casos confirmados. Os dados são do Sistema de Notificação de Agravos (Sinan). Este ano, uma campanha alerta para prevenção.
A campanha Julho Amarelo 2020 trata do combate às hepatites virais em Manaus e pretende reforçar o alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce durante todo o mês de julho.
Para combater a doença, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) informou que possui 133 unidades de saúde para realização de testes rápidos para as hepatites B e C, além de HIV e sífilis, e a imunização para hepatites B e A estão disponíveis nas salas de vacina da rede municipal.
A chefe do Núcleo de Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs/AIDS) e Hepatites Virais da Semsa, enfermeira Rita de Cássia Castro de Jesus, explica que, mesmo com a necessidade de distanciamento social, os profissionais das unidades de saúde trabalharão na orientação da população sobre o uso do preservativo para a prevenção às hepatites virais e na oferta do teste rápido para hepatites B e C, além da vacina contra a hepatite A para crianças e a vacina contra hepatite B.
“Com a pandemia, a metodologia de execução da campanha não pode ser a mesma de anos anteriores, já que é importante evitar aglomerações durante as ações de prevenção. Porém, os profissionais de saúde estão atentos para reforçar as orientações nos atendimentos individuais e na intensificação da oferta das vacinas e do teste rápido”, informou.
Já os preservativos masculinos estão disponíveis em todas as unidades de saúde e são dispensados para o público sem necessidade de cadastro, para retirada imediata pelo usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita.
“Desde o início da pandemia, foi registrada uma redução na procura pelo teste rápido nas unidades de saúde. Como consequência, o número de casos diagnosticados este ano apresentou uma queda. Isso significa que muitos casos ainda não foram notificados, o paciente não sabe que tem a doença e não está em tratamento, mantendo a cadeia de transmissão da infecção”, explica Rita de Cássia.
Ainda segundo a enfermeira, a procura dos testes em 2020 foi baixa por conta do cenário da Covid-19. “Os dados de 2020, em virtude do cenário atual de pandemia, podem não expressar a situação real do agravo, uma vez que a procura de testes foi muito baixa devido às recomendações para ficar em casa e evitar aglomerações. Mas o cenário de 2019 já apontava uma tendência de queda dos números nos últimos quatro anos no registro de casos”, afirmou.
Infecções
A hepatite é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E. Como é uma doença que não apresenta sintomas no início, muitas pessoas são portadoras dos vírus B ou C e não sabem, correndo o risco de evolução para doenças crônicas que podem provocar danos graves ao fígado, causando cirrose e câncer.
Os tipos B, C e D são as formas mais graves, com transmissão por relação sexual desprotegida, transfusão sanguínea e derivados do sangue contaminado, assim como o compartilhamento de seringas, escova de dente, lâmina de barbear, alicate de unha e outros objetos perfurocortantes.
Já Hepatite A é transmitida por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável e mediante alimentos ou água contaminada. De modo geral, os cuidados necessários para a prevenção das hepatites incluem a adoção das seguintes medidas:
- lavar as mãos após ir ao banheiro e antes de comer;
- lavar os alimentos antes do consumo;
- cozinhar bem os alimentos antes do consumo;
- ingerir água limpa;
- ter cuidado no manuseio de instrumentos cortantes;
- adotar instrumentos pessoais de beleza, tais como pinça, tesoura de unhas, etc.;
- usar individualmente seus próprios objetos de higiene;
- usar preservativo nas relações sexuais;
- utilizar agulhas e seringas descartáveis.
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Com informações do G1*