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    Línguas indígenas podem se tornar patrimônio cultural no AM

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    Esta semana começou a tramitar na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o Projeto de Lei nº642/2023, oriundo da Mensagem Governamental nº57 que propõe o reconhecimento das línguas indígenas faladas no estado (AM) como patrimônio cultural imaterial.

    Além disso, o projeto propõe a cooficialização das línguas e institui a “Política Estadual de Proteção  das Línguas Indígenas” no Estado.

    Dentre as justificativas está o fato no Amazonas estar a maior concentração de indígenas do país. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ressaltam que há no mínimo 53 línguas faladas no território. Dessa forma, municípios como São Gabriel da Cachoeira e Santo Antônio do Içá reconheceram a língua indígena como cooficial.

    Caso o projeto seja aprovado, 16 línguas serão cooficiais no Amazonas, sem prejuízo à língua oficial brasileira, as quais:

    I – Apurinã;

    II – Baniwa;

    III – Desána;

    IV – Kanamari;

    V – Marubo;

    VI – Matis;

    VII – Matsés;

    VIII – Mawé;

    IX – Múra;

    X – Nheengatu (Língua Geral Amazônica);

    XI – Tariána;

    XII – Tikuna;

    XIII – Tukano;

    XIV – Waiwái;

    XV – Waimirí;

    XVI – Yanomami.

    De acordo com a professora indígena, mestre em linguística e língua indígena, Cristina Canuto, hoje, no Amazonas existem 72 povos indígenas, falando cerca de 29 línguas. “Preservar as línguas presentes faladas (…) no contexto do Amazonas, significa dar visibilidade e consequentemente a garantia do direito aos seus falantes que lutam contra os preconceitos sofrido por essas línguas”, afirma.

    Para a professora, a cooficialização é uma reparação da situação de contato da história
    de silenciamento e apagamento das culturas indígenas. “Isso significa um direito legalmente adquirido para acessar serviços públicos, no uso de sua língua e ter autonomia no direito de organizar e proteger o seu território”, ressalta.

    Pluralidade étnico-cultural

    A Constituição assegura o uso da língua materna seja utilizada nos sistemas de ensino público e privado, já que isso influencia no acesso às políticas públicas e promovem mais visibilidade. O Governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou na mensagem governamental:

    “considerando que a linguagem envolve diretamente uma compreensão de mundo e códigos de conduta próprios, é de suma importância o reconhecimento das línguas faladas pelos povos indígenas do Amazonas como patrimônio cultural imaterial, bem como sua cooficialização.”

    Segundo a proposta, cabe aos Poderes e Órgãos Estaduais estabelecer parcerias especialmente com as Universidades, mapeando políticas linguísticas, em desenvolvimento pelas próprias comunidades indígenas nas diversas regiões. A implementação das políticas linguísticas contará ainda com o apoio de instituições de pesquisa e ensino e de organizações não governamentais.

    A professora Cristina ressalta que a preservação das línguas indígenas na atual conjuntura é dar continuidade ao direito já estabelecido na Constituição:

    “Isso significa não só contribuir para a preservação da cultura e do fortalecimento da identidade de nós, povos indígenas do estado do Amazonas, Mas DAR visibilidade e consequentemente a garantia do direito ao usufruto de manter a especificidade dos saberes específicos dos falantes.”

    Cristina Canuto ressalta ainda a importância da criação de outras iniciativos que combatam toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e racismo contra os povos indígenas no Amazonas.

    Com informações da Gazeta da Amazônia*

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