Habitantes das regiões Norte e Nordeste passaram a consumir mais alimentos ultraprocessados durante a pandemia do novo coronavírus, de março a julho deste ano, revela o Estudo NutriNet Brasil. Houve também aumento no consumo de frutas, hortaliças e feijão (de 40,2% para 44,6%). O consumo de alimentos industriais foi maior entre as pessoas de escolaridade mais baixa.
Na análise do consumo de alimentos não saudáveis, foram considerados 23 subgrupos de alimentos ultraprocessados incluindo refrigerante, suco de fruta em caixa ou lata, iogurte com sabor, salsicha ou hambúrguer ou nuggets, presunto ou salame ou mortadela, pão de forma ou de cachorro-quente ou de hambúrguer, margarina, batata frita congelada, entre outros.
Nas regiões Norte e Nordeste, o número médio de subgrupos consumidos por pessoa aumentou em cerca de 10%: de 2,2 para 2,4 e de 2 para 2,2, respectivamente. Aumento semelhante também foi constatado entre os brasileiros de todas as regiões com escolaridade inferior a 11 anos de estudo. “O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, que aponta para uma piora na qualidade da dieta, preocupa”, diz o professor Carlos Monteiro, coordenador do NutriNet Brasil.
“Esse aumento do consumo de alimentos não saudáveis poderia estar refletindo a intensificação da publicidade desses produtos observada durante a pandemia”, acrescenta.
Na amostra composta pelos dez mil primeiros participantes do estudo, constavam respostas de 290 pessoas do Norte e 1.122 do Nordeste, em sua maioria jovens adultos, de 18 a 39 anos (59,8%), mulheres (69,7%) e com nível de escolaridade superior a 11 anos de estudo (85,4%).
A motivação desta análise foi conhecer o impacto da pandemia de Covid-19 sobre o comportamento alimentar da população.
Com informações do Portal Amazonas Atual*