O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista ao Uol no último domingo (26) em que falou sobre diversos assuntos, enfatizando questões políticas, de religião, imprensa, Bolsonaro e economia.
O ex-presidente Lula contou aos jornalistas que, diante da falta de opções na TV aberta, sua companheira de cela nos 580 dias em que permaneceu preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, ele assistia aos cultos religiosos. E disse que há o que aprender com a ação das igrejas. “E eles estão entrando na periferia, porque o povo, quando está desempregado e necessitado, a fé dele aumenta. Essa fé, do povo brasileiro, é muito grande e nós temos que respeitar. E ao invés de sermos do contra, temos que saber como é que a gente lida com esse novo modo de pensar do povo brasileiro. Inclusive de pensar a religião”, afirma.
Sobre religião, Lula disse também frases como: “é preciso que a gente tenha tolerância com aqueles que pensam diferente da gente. Cada um professa a fé que quer e a religião que quer e nós temos apenas que respeitar”.
Em relação às críticas de Bolsonaro à imprensa Lula disse: “eu acho que tem críticas que ele faz que é correta. Dê a ele o mesmo direito que se dá aos outros. Deixa ele falar”, enfatizou. O ex-presidente também frisou: “eu não acho que é correto um presidente da republica se comunicar pelo seu Twitter. Um presidente da republica tem a obrigação de prestar contas à democracia atendendo a imprensa”.
Lula ainda relacionou ao nazismo à cobertura jornalística da TV Globo sobre as mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas pelo site em parceria com outros veículos, como a Folha. Os diálogos colocaram em dúvida a imparcialidade do então juiz Sergio Moro ao expor sua atuação nos bastidores, em parceria com policiais e procuradores na linha de frente das investigações. “O que a Globo está fazendo com o Intercept, era capaz que o nazismo não fizesse. Ela só teve coragem de citar o Intercept duas vezes: quando o Intercept publicou o nome do Faustão, que acho que tinha dado aula pro Moro, e quando foi citar o nome do Roberto D’Ávila, que tinha trabalhado para arrecadar dinheiro para o meu filme. A Globo não fez sequer matéria contra a fajutice da denúncia do Ministério Público [contra o jornalista Glenn Greenwald, diretor do site]. Então, isso é censura”, disse Lula.
A respeito das eleições de 2020, Lula falou que o PT “não tem os grandes nomes que já teve na ativa” e que o partido está disposto a fazer alianças políticas. Afirmou ainda que Eduardo Suplicy, que está reunindo assinaturas de apoio à sua pré-candidatura para a Prefeitura de São Paulo, pode surpreender. Lula deu razão a Fernando Haddad, que disputou as últimas eleições presidenciais e, segundo o ex-presidente, não quer concorrer à Prefeitura de São Paulo novamente. “O Haddad é um quadro muito importante, tem uma tarefa nacional e internacional importante para o PT. Acho que está correto em não querer ser candidato.”
Sobre a avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro, Lula ressaltou que avaliar um mandato por apenas um ano de governo é pouco e que um presidente pode se recuperar nos anos seguintes. Ele diz que Jair Bolsonaro ainda tem “gordura para queimar”.
A entrevista na íntegra você confere abaixo.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta*
*Com informações do Uol


