Entre os meses de agosto de 2018 e julho de 2019, os territórios indígenas registraram alta de 74% no desmatamento, totalizando mais de 420 km² do território total. Os dados foram analisados por meio do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A terra mais afetada pelo desmatamento no Brasil fica no Pará. A área no topo do ranking, Ituna/Itatá, abriga um povo isolado. Ela teve 119,92 km² de floresta desmatados, o que corresponde a 28,33% de todo o desmatamento nas áreas indígenas do país.
O balanço anual do Prodes sobre o desmatamento na Amazônia Legal ficou em 9.762 km² de desmate. Nesta segunda-feira (25), a taxa foi revisada para 10,1 mil km², mas ela ainda deve ser analisada outras vezes até a divulgação do balanço final, que deve ocorrer somente em 2020.
Terras indígenas mais desmatadas entre 2018 e 2019
- Ituna/Itatá (Pará) – 119,92 km²
- Apyterewa (Pará) – 85,25 km²
- Cachoeira Seca (Pará) – 60,20 km²
- Trincheira Bacajá (Pará) – 34,62 km²
- Kayapó (Pará) – 20,04 km²
- Munduruku (Amazonas e Pará) – 18,28 km²
- Karipuna (Rondônia) – 10,82 km²
- Uru-Eu-Wau-Wau (Rondônia) – 10,81 km²
- Manoki (Mato Grosso) – 4,55 km²
- Yanomami (Roraima) – 4,17 km²
Mesmo com a alta em relação ao ano anterior, as terras indígenas representam 4% do total que foi desmatado. As cinco primeiras mais atingidas no país estão no Pará, o que representa 75% do que foi desmatado em todos os territórios indígenas. Juntas, essas cinco terras perderam 320,03 km², área um pouco maior do que a da cidade de Fortaleza.