A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) denunciou a existência de um esquema de candidaturas de laranjas comandado por Marcelo Álvaro Antônio em Minas Gerais. Em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo ela também afirmou ter recebido a informação de que o ministro do Turismo a ameaçou de morte em uma reunião com correligionários, no fim de março, em Belo Horizonte.
A deputada prestou depoimento espontâneo à Polícia Federal em Brasília, na quarta (10), ocasião em que solicitou proteção policial.
Alê Silva foi eleita com 48 mil votos e é a primeira congressista a relatar às autoridades a existência do esquema de laranjas do PSL de Minas Gerais, comandado nas eleições pelo atual ministro de Jair Bolsonaro. Um novo depoimento deve ser feito pela deputada nas próximas semanas.
Álvaro Antônio nega as ameaças e afirma que a deputada faz campanha difamatória contra ele em busca de espaço no partido no estado.
PROTEÇÃO
Alê Silva diz que pediu proteção à PF por temer por sua vida e a de familiares. “É pesado [o relato que teria recebido]. Acredito que foi uma ameaça contra minha vida e a vida da minha família. De que minha vida correria risco, se eu levasse adiante isso. Sabia que iria correr esse risco, estou pagando o preço, mas não ia aceitar ficar submissa às ordens de pessoas que agem de forma que eu condeno, desviando recursos públicos.”
Segundo a deputada, ela ouviu o relato da ameaça de morte no dia 1º de abril, uma segunda-feira, em seu escritório político de Ipatinga, também no Vale do Aço.
Nesse dia, um político do PSL de Minas que teria se reunido com Álvaro Antônio no final de semana em Belo Horizonte (ela diz ter repassado o nome do político à Polícia Federal) foi de carro da capital mineira a Ipatinga (216 km) para lhe relatar o que havia ocorrido pessoalmente —evitando assim falar por telefone.