O deputado Serafim Corrêa (PSB) disse que a área econômica do governo federal desconhece a Amazônia e que a solução da floresta está na ciência e tecnologia. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 16, durante audiência promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), que reuniu pesquisadores e cientistas do Estado.
“Há 100 anos, perdemos a guerra da borracha, porque não tínhamos ciência e tecnologia, coisa que os ingleses tinham. Eles levaram as nossas sementes de seringa e plantaram na Malásia, seguindo a linha do Henry Ford, e se deram bem, foi quando quebraram nossos seringais. Precisamos levar a ciência e tecnologia a sério, porque fora dela não temos futuro”, alertou o deputado.
Para Serafim, que é presidente da Comissão, o diálogo entre os órgãos de pesquisa e tecnologia e o parlamento é de grande importância para a sobrevivência da floresta.
“O poder Legislativo tem a chave da cadeia, o Executivo, a chave do cofre, e o Legislativo o chave do parlar. O objetivo dessa reunião foi colocar o mundo da ciência e tecnologia para conversar. Ciência e tecnologia é a principal ferramenta para proteger a floresta, evitar as queimadas e evitar desmatamentos. Essa é uma área que temos que defender. Por que não aplicar verbas de P&D em bolsas?”, questionou Serafim Corrêa.
Segundo a presidente da Fapeam, Márcia Perales, a ciência e tecnologia devem estar a serviço da sociedade.
“A ciência tem sido a principal mola propulsora de todas as transformações societárias produtivas, tecnológicas e culturais. Então, ela tem um papel muito grande em todos os processos da nossa vida, inclusive no nosso próprio cotidiano. Quando a gente entra numa farmácia ou usa o celular, estamos trabalhando com resultado de pesquisa. É muito importante que o estado mantenha os investimentos e que a gente trabalhe para que essa produção tecnológica e científica esteja a serviço da sociedade. No âmbito estadual, estamos com trabalhando com aumento significativo de recursos em relação a anos anteriores”, disse Perales.
O professor Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia (Musa), disse que é irresponsabilidade não usar os recursos de ciência e pesquisa para a proteção da floresta.
“A floresta em pé vale muito mais do que duas cabeças de gado andando na Floresta queimada. A floresta está sendo incendiada, porque o CBA não funciona e não sabemos o porquê”, disse.
Na audiência, estiveram presentes representantes de órgãos, como CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia); Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas); Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia); Seplancti (Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); UEA (Universidade do Estado do Amazonas); Ufam (Universidade Federal do Amazonas); Ifam (Instituto Federal do Amazonas) e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Com informações de Luana Dávila*