sexta-feira, novembro 22, 2024
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    Prefeito de Manaus reage à declaração de Bolsonaro sobre ele

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    Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, se manifestou, na noite de ontem (22), sobre a ofensa feita a ele pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em reunião ministerial realizada no dia 22 de abril. No encontro, o presidente chama o prefeito de “bosta” por ter aberto covas coletivas para o enterro de vítimas da Covid-19. “Conversa de malandros de esquina”, disse Arthur.

    O vídeo teve a divulgação liberada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. O material integra o inquérito que investiga suposta interferência do presidente da República na Polícia Federal, após denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

    Na reunião, depois de fazer menção ao prefeito de Manaus, Bolsonaro diz: “nós sabemos o … o que, a ideologia dele e o que ele prega. E que ele sempre foi. O que a … tá aproveitando agora, um clima desse, pra levar o terror no Brasil. Né? Então, pessoal, por favor, se preocupe que o de há mais importante, mais importante que a vida de cada um de vocês, que é a sua liberdade. Que homem preso não vale porra nenhuma”.

    Em nota, o Prefeito de Manaus afirmou que os insultos do presidente Bolsonaro “representam um verdadeiro “strip-tease moral” feito por quem não tem a mais mínima condição de governar o Brasil”.

    “Transforma a solenidade de uma reunião de Ministério em uma conversa de malandros de esquina. Quebra a liturgia do cargo. Vulgariza a instituição que deveria saber honrar. Exibe despreparo e me põe a questionar todos os presentes: como um ministro pode, sem se desmoralizar, conviver com uma pessoa dessa baixa extração? Que tempos! Que costumes. Nosso povo merece acatamento e não a submissão a uma liderança do submundo das “rachadinhas” e das milícias, do submundo da ditadura e das torturas”.

    Assista ao trecho

    O prefeito de Manaus critica, ainda, o posicionamento do presidente em ser contrário ao isolamento social e defender um isolamento vertical.

    “O presidente da República, em seu criminoso boicote ao isolamento social, em seu desprezo aos indígenas, em seu apreço a garimpeiros que poluem rios, sonegam impostos e invadem áreas indígenas, é claramente cúmplice de tantas mortes causadas pelo Covid 19. Trata-se de um ser despreparado, inculto e deseducado”, diz.

    “Não gosta de mim? Que bom. Sinal de que estou no lado certo da vida. Também não gosto da ditadura que já nos massacrou e que ele gostaria de reviver. Daqui a pouco mais de dois anos, o país estará livre de tão diminuta e mesquinha figura”, completa a nota.

    Ofensas a Doria e Witzel

    Durante a reunião, o presidente também dirigiu ofensas ao governador de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ele diz que João Doria (PSDB) é um “bosta” e chama Wilson Witzel (PSC) de “estrume”, conforme vídeo divulgado nesta sexta-feira (22) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

    Bolsonaro diz: “Que os caras querem é a nossa hemorroida! É a nossa liberdade! Isso é uma verdade. O que esses caras fi zeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, entre outros, é exatamente isso. Aproveitaram o vírus, tá um bosta de um prefeito lá de Manaus agora, abrindo covas coletivas. Um bosta. Que quem não conhece a história dele, procura conhecer, que eu conheci dentro da Câmara, com ele do meu lado! Né?”, de acordo com o vídeo.

    A reunião ministerial

    A reunião ministerial citada por Moro aconteceu em 22 de abril. Além do presidente Bolsonaro, estavam presentes o vice, Hamilton Mourão, Moro e outros ministros. Ao todo, 25 autoridades participaram do encontro.

    Conforme diálogos do encontro, transcritos pela Advocacia-Geral da União, Bolsonaro reclamou da falta de informações da Polícia Federal e afirmou que iria “interferir”. A declaração, no entanto, não deixa claro como ele faria isso.

    A defesa de Moro pediu ao STF que divulgue a íntegra do material. Celso de Mello, então, pediu pareceres à AGU e à PGR.

    As respostas foram:

    Procuradoria Geral da República: Defende a divulgação somente de falas do presidente. Quer que o recorte seja dos trechos que tratam da atuação da Polícia Federal, da “segurança”, do Ministério da Justiça, da Agência Brasileira de Inteligência e da alegada falta de informações de inteligência das agências públicas.

    Advocacia Geral da União: Defende a divulgação das falas de Bolsonaro, mas não das falas dos demais participantes de reunião.

    Leia mais:
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    Com informações do G1*

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