Foi em uma visita ao Museu da Amazônia (Musa), localizado a cinco minutos a pé do Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Sergio Pessoa, no bairro Cidade de Deus, na zona leste de Manaus, que o estudante Alan Gabriel, 17, teve a ideia para um novo aplicativo.
Percebendo que a maioria dos visitantes do Musa era estrangeira, o estudante decidiu mapear online pontos culturais como o museu para aproximá-los dos colegas da sua idade. Foi assim que surgiu a ideia do app, cuja produção começou na manhã desta quarta-feira (12) no Programa Startup in School, na própria escola.
Realizado durante essa semana, o programa é uma iniciativa do Ideias de Futuro com o Google Brasil e está sendo realizado pela primeira vez fora de São Paulo em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc-AM). O programa de iniciação em Empreendedorismo Tecnológico trabalha com 40 alunos do Ensino Médio conceitos introdutórios de programação para desenvolvimento de aplicativos, competências empreendedoras e de elaboração de projetos.
Segundo Oswaldo Cruz, idealizador do Startup in School que veio a Manaus especialmente para ministrar o curso, as habilidades da metodologia Google servem para diversos aspectos da futura carreira dos alunos.
“A metodologia do curso foi feita para que qualquer aluno, mesmo sem conhecimento prévio, possa exercitar competências empreendedoras e socioemocionais. São técnicas associadas ao empreendedorismo que podem ser benéficas em qualquer carreira que eles escolherem, com conceitos que vão desde a ideação de um projeto, prototipação de um produto até storytelling”, afirmou.
Para o estudante Alan Gabriel, o primeiro dia de atividades serviu especialmente para conseguir visualizar a ideia do aplicativo e como colocá-la em prática.
“A explicação deles é muito boa, traz as coisas pra mais perto da gente. Os exercícios de ideação por exemplo ajudaram nossa equipe a entender como a ideia pode ser feita da melhor forma para beneficiar o usuário no aplicativo”, afirmou.
Experiência
Com atividades divididas em três dias intensivos, o curso tem formato de competição e trabalha com 40 alunos divididos em equipes, cada uma trabalhando ao redor de um projeto/ aplicativo. Além das técnicas de pesquisa, a programação conta com momento livre para o desenvolvimento de cada projeto, e encerrará com uma apresentação final para uma equipe de jurados.
Segundo o professor Erisson Lima, coordenador de projetos do Ceti e um dos responsáveis por articular a vinda do programa, os três dias representam um importante passo no aprendizado dos estudantes rumo ao planejamento do futuro profissional.
“Em sala de aula, aplicamos diversas atividades visando o protagonismo dos alunos e programas como o Startup somam muito nesse sentido. São três dias intensos em que eles são desafiados a desenvolver um plano, traçar metas e estrategias. E isso é extremamente importante na fase em que eles estão, são ferramentas que servem para eles planejarem a vida acadêmica e profissional deles”, concluiu.
Para Paula Rebeca, 16, cuja equipe está desenvolvendo um aplicativo voltado para mapeamento de animais de rua, a experiência abre novas janelas de possibilidades no momento de escolha profissional.
“Tenho vontade de cursar Design ou algo na área de humanas, de me engajar em causas sociais. Como estamos desenvolvendo um app voltado para a situação dos animais de rua, essa experiência me fez pensar muito no quanto podemos usar a tecnologia para a mudança”, afirmou.
Além da equipe de Paula, outras três estão desenvolvendo projetos tendo por base desafios locais. As apresentações finais ocorrem na sexta-feira (14) a partir das 14h, para um grupo de jurados composto por membros da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Seduc-AM e de empresas locais. O projeto vencedor representará a região Norte em um evento no final do ano no Google Campus, em São Paulo, com todas as despesas pagas pela empresa.