Um dos 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em um plano para impedir a posse de Lula em 2022, Jair Bolsonaro deu entrevista à Revista Oeste e pediu um acordo de anistia para o governo federal e o Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com Bolsonaro, a anistia dele próprio, de seus aliados e dos apoiadores presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 traria pacificação para o país:
“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. […] Em 79, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou […] se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido”, disse o ex-presidente.
Minutos antes, ex chefe do Executivo brasileiro admitiu ter discutido medidas como a implantação de um estado de sítio para impedir a posse de Lula:
“Os militares dizem que discutiram comigo hipóteses de 142, de estado de sítio, estado de defesa. Eu discuti, sim […] Eu sempre joguei dentro das quatro linhas. O que está dentro da Constituição você pode utilizar”, afirmou.
Bolsonaro investigado por plano golpista
Bolsonaro e outras 36 pessoas são investigadas pela PF por envolvimento em um plano de assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes no fim de 2022.
O plano envolvia, ainda, a subsequente tomada do poder pelo grupo político de Bolsonaro, além de uma rede de disseminação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas, em uma tentativa de descredibilizar o processo eleitoral brasileiro.
Entre os outros indiciados pelo plano golpista, estão o candidato a vice-presidência na chapa de Bolsonaro, o general Braga Netto; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; e o presidente atual do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto.