Um relatório do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) divulgado recentemente revelou que o garimpo ilegal tem avançado de forma alarmante na Amazônia, especialmente nas terras indígenas. Entre 2016 e 2022, a área de garimpo cresceu 361% dentro desses territórios, enquanto no restante do bioma o aumento foi de 96%.
Estima-se que existam mais de 80 mil pontos de garimpo em uma área de 241 mil hectares, concentrados principalmente no noroeste de Roraima, sudoeste e sudeste do Pará, e norte do Mato Grosso e de Rondônia. Essa atividade ilícita impacta diretamente os povos indígenas e suas terras, com ao menos 17 reservas afetadas pelo garimpo.
As consequências do garimpo vão além da degradação ambiental, alcançando também a saúde dos povos indígenas. O uso de mercúrio na extração de minério contamina os rios, afetando não apenas as comunidades próximas, mas também outras que dependem desses recursos hídricos.
Apesar dos esforços do governo para conter a atividade ilegal, as investidas do garimpo continuam, como evidenciado na Terra Yanomami, que sofre com violência, malária e insuficiência de apoio governamental. O Ministério do Meio Ambiente destaca a redução das áreas abertas para novos garimpos, mas a presença ilegal persiste, exigindo ações mais efetivas para proteger o meio ambiente e os povos indígenas.
*Com informações do Estadão Conteúdo