quarta-feira, agosto 27, 2025
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    Vitória-régia: símbolo cultural e ecológico da Amazônia

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    A lenda diz que a vitória-régia é uma estrela das águas. A índia Naia, apaixonada pelo Deus Lua, encantou-se pelo reflexo do luar na superfície de um lago. Acreditou que a divindade havia descido do céu para se banhar, o Deus Lua era famoso por namorar as mais lindas jovens índias e levar consigo a escolhida, que deixava de ser humana e se transformava em uma estrela no céu. Ávida por se tornar uma brilhante estrela no céu, Naiá se atirou na água, em direção ao reflexo do luar e perdeu sua vida no lago. O Deus Lua, emocionado pela paixão da jovem a homenageou eternizando-a como uma estrela diferente, um estrela da água, uma vitória-régia. Suas flores para sempre perfumariam as águas dos lagos, abertas apenas a noite, pela luz do luar.

    Bela e exuberante, a vitória-régia (Victoria-amazonica) pode atingir até 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos em sua superfície. Suas grandes folhas circulares possuem bordas levantadas com flores que podem atingir até 30 centímetros que se abrem apenas a noite e emanam uma fragrância com notas adocicadas para atrair os insetos polinizadores que ficam presos em suas pétalas. Típica da região norte, a planta aquática pode ser encontrada também na região sul e utilizada em projetos de paisagismo por todo o mundo através de técnicas de plantio atuais.

    Vitória-régia foi nomeada em homenagem à Rainha Vitória

    Embora a planta seja um símbolo da Amazônia, foi catalogada pelo inglês John Lindley, durante o século XIX e motivo de rivalidade entre jardineiros vitorianos na Inglaterra. Também foi tema de monografias e amplamente admiradas no país, tornando-se um presente para a própria rainha e inspirando o projeto do Palácio de Cristal, uma enorme construção de ferro fundido e vidro, situada em Londres.

    Consumo da vitória-régia

    Considerada uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC), a vitória-régia é uma iguaria gastronômica da região, servida em diversos restaurantes do Amazonas. O talo da planta pode ser descascado e consumido in natura, rico em nutrientes como cloreto de potássio, é levemente salgado e possui uma textura crocante. Assim como o milho, as sementes estouram e viram pipoca e outros processos podem transformá-las em farinha, mingau e outros produtos alimentícios. Por sua vez as flores podem ser consumidas em saladas e tem sabor parecido ao da chicória.

    Poder medicinal da vitória-régia

    Utilizada há séculos pelos povos indígenas, a planta aquática trata diversas doenças. Considerada mágica, os poderes curativos são utilizados através dos séculos para aliviar dores, dores, febres, inflamações e até mesmo para a estimulação de libido. Estudos recentes comprovam a sabedoria popular: a presença de flavonoides, alcaloides e taninos confere à planta propriedades anti-inflamatórias, antifúngicas e antibacterianas.

    Luísa Oliveira*

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