Entre todas as variantes do coronavírus em circulação, poucas são tão preocupantes e perigosas como a P1, que teve origem no Amazonas. Essa afirmação foi feita pelo vice-diretor de pesquisa da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, em entrevista ao G1.
O cientista disse ainda que, por ser mais transmissível e conter uma carga viral elevada, A P1 pode provocar um aumento no número de casos e, consequentemente, de mortos. “Temos outras linhagens circulando, mas nenhuma delas chega perto do tamanho do problema causado pela P1 hoje”, enfatizou.
Tanto a variante brasileira quanto as de África do Sul e Reino Unido são classificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ‘variantes de preocupação’.
“Às vezes, as pessoas estão preocupadas com quantas variantes nós temos. A gente poderia ter 20, mas se eu tenho uma P1 da vida, eu estaria mais preocupado com essa uma P1. Então, mais importante do que o número de linhagens é saber se nós temos uma dessas que certamente é mais preocupante. E nós temos”, ressaltou o pesquisador.
Três casos de reinfecção pela P1 já foram confirmados pela Fiocruz no Amazonas e tem outros três em investigação. A cepa brasileira foi identificada em novembro e, em dezembro, 50% dos casos investigados no estado já eram com essa variante. Em janeiro, a linhagem somava mais de 90% das infecções.
“A P1 está dominando entra as linhagens que estão circulando no Amazonas. E, se seguir a tendência, ela já está chegando perto de ser absoluta”, afirmou Felipe Naveca.
A vacina e a P1
Pesquisadores brasileiros descobriram que duas doses da Coronavac podem não ser suficientes para a variante brasileira do novo coronavírus (P1). A pesquisa, ainda preliminar, traz outro alerta importante: os anticorpos de quem já teve o novo coronavírus com a cepa mais comum da doença não garantem imunidade contra esta variante.
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Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta
*Com informações do G1/Amazonas