“Este fórum, que aproxima pesquisadores, centros de pesquisa alemães e nós, amazonenses, em um diálogo que chamamos de Amazônia 4.0, é estratégico na perspectiva de tornar a bioeconomia uma importante matriz econômica para o nosso Amazonas”.
A afirmação foi do reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cleinaldo Costa, durante a abertura do Seminário Brasil-Alemanha de Bioeconomia, na terça-feira (21/05). O encontro discutiu o desenvolvimento de pesquisas na Amazônia e Alemanha, a partir dos estudos em biodiversidade.
A partir da temática “Plantas Medicinais: Conectando Florestas, Ciências e Negócios”, os convidados discorreram sobre a realidade dos estudos na região amazônica. “Fico feliz em verificar que a UEA, em sintonia com o raciocínio do nosso governador Wilson Lima, tem buscado mecanismos para diversificação de nossa economia. A universidade, junto com os meios de produção, acaba gerando os mecanismos necessários para que possamos alavancar o resultado social esperado de geração de emprego e renda para o interior”, disse o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho.
Para o empreendedor de Parintins, José Garrido, o seminário é uma oportunidade de levar o conhecimento para pessoas de sua comunidade. “Eu trabalho com diversos tipos de plantas medicinais, que o mercado não oferece já faz 35 anos. Há indústrias que trituram as plantas para mim, e no meu pequeno laboratório as embalo adequadamente”, afirmou.
Apoio à bioeconomia
A visão de movimentar os setores primários, a partir da geração de renda, foi um tópico pontuado pelo secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura do Brasil, Fernando Schwanke.
“A ideia de estarmos aqui participando desse momento é justamente essa: mandar um recado claro para o Governo Federal, para que ele tenha o interesse de apoiar as iniciativas da bioeconomia no Brasil, porque isso é importante para o país todo. Queremos, sim, usar a bioeconomia de forma sustentável, mas que beneficie os agricultores, os ribeirinhos e os extrativistas, e que gere renda a eles”, enfatizou.
O processo de industrialização dos recursos produzidos a partir dos bens naturais encontrados na floresta esteve no foco do coordenador da Aliança para a Bioeconomia na Amazônia (Abio), João Matos, que destacou a importância do trabalho das instituições de pesquisa para o desenvolvimento da área.
“Há 20 anos, quem imaginaria que poderíamos comprar farinha de Uarini no supermercado, com regras de produção e segurança alimentar? Isso também pode entrar na Zona Franca, dentro das empresas do Polo Industrial de Manaus, porque as fibras das nossas espécies vegetais podem formar painéis de automóveis ou aparelhos celulares, e as nossas universidades já têm essas informações”, complementou.
O evento também contou com a participação e apoio de representantes da Fundação Amazonas Sustentável (FAS); Ministério de Agricultura da Alemanha; Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE/AM); Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), entre outros.