O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) tem manifestado a sua posição contrária ao retorno das aulas no Amazonas, após o Governo incluir os servidores das instituições de ensino no 4º ciclo da reabertura das atividades não essenciais no estado. O Sindicato informou, por meio de publicação em seus canais de comunicação, que solicitou ao Ministério Público do Estado (MP-AM) que intervenha junto às administrações estadual e municipal com a finalidade de adiar o retorno das aulas presenciais.
A Secretaria de Estado de Educação e Deporto do Amazonas (Seduc) realizou, no mês de junho, uma pesquisa sobre a volta às aulas presenciais na rede estadual de ensino para saber a opinião da comunidade escolas sobre o retorno das aulas. Na última sexta-feira (10), a Seduc também realizou uma reunião em que foram apresentadas as principais diretrizes do “Plano de Volta às Atividades Presenciais” da rede pública estadual.
Em entrevista ao Portal Projeta, a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, disse que a entidade sindical acha importante o adiamento do retorno das aulas neste momento, pois ainda não há certezas a respeito dos picos em relação à Covid-19. “A Secretaria de Educação [Seduc] lançou um protocolo de segurança, que foi orientado pela Fundação de Vigilância em Saúde. Entretanto, nós que conhecemos as escolas em que trabalhamos, sabemos que bem antes da pandemia, as escolas já tinham deficiência de materiais pequenos e necessários. E, se antes da pandemia já tínhamos essa deficiência, como é que [a Seduc] vai garantir agora a sanitarização das escolas, a questão da adaptação do estado físico e do espaço social para que os alunos não estejam vulneráveis a transmissão da Covid?”, questionou Ana Cristina.
De acordo com o Sinteam, pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) defenderam, em uma live com o sindicato, retardar o reinício das aulas presenciais como forma de evitar uma terceira onda, pois embora o número de casos em Manaus tenha reduzido, no interior do estado, o número de casos de Covid-19 continua em ascensão.
“Nós ouvimos alguns especialistas e percebemos que o correto seria ser prudente e adiar um pouquinho o retorno às aulas. Acredito que seria ideal que nós adiássemos por mais uns 30 dias e construíssemos este retorno devagar. De maneira que os alunos não estejam se aglomerando. Da maneira que o estado quer fazer inviável. É preciso estudar uma outra metodologia, reformular o plano de retorno e construir com todos os atores um retorno seguro para os nossos alunos e trabalhadores”, informou a presidente.
Nas redes sociais, o Governo do Estado chegou a responder a alguns questionamentos na postagem do retorno das atividades deste 4º ciclo, dizendo que não há previsão para a volta às aulas na rede estadual de ensino.
“Nós, do Sinteam, temos sugestões para passar apara a Secretaria do Estado. Infelizmente, eles não atendem a nossa solicitação de reunião. O trabalhador da educação não se sente seguro neste momento para retornar sem que a secretaria garanta a qualidade de vida e a preservação da vida dos alunos e dos trabalhadores”, finalizou a representante da entidade sindical.
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Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta