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    Rede de fake news sobre Amazônia era operada por militares do Exército

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    De acordo com a Meta, a rede operada pelos militares era composta por quatro perfis e nove páginas no Facebook e 39 contas no Instagram

    A Meta, holding que controla o Facebook e o Instagram, anunciou nesta quinta-feira (07) que identificou e derrubou uma rede de perfis e contas ligadas a dois militares do Exército brasileiro que executava uma operação de desinformação sobre temas ambientais.

    Um relatório produzido pela empresa de inteligência digital Graphika, que fez uma investigação independente a partir dos dados fornecidos pelo Facebook, mostrou que os perfis criados pela dupla criticavam a atuação de organizações não-governamentais e elogiavam a ação do Exército no combate ao desmatamento na Amazônia. Os nomes dos militares não foram divulgados.

    “Embora as pessoas por trás tentassem esconder suas identidades e coordenação, nossas investigação encontrou vínculos com indivíduos associados ao Exército Brasileiro”, diz a Meta. Os relatórios também não dizem se a ação da dupla agiu sozinha ou a mando de alguém.

    A BBC News Brasil questionou o Exército sobre o relatório da Meta. Após a publicação original desta reportagem, o Exército enviou uma nota de resposta (leia a íntegra ao final do texto).

    Na nota, o Exército afirma que a “instituição possui contas oficiais nessas mídias e obedece as políticas de uso das empresas responsáveis por essas plataformas. Assim, o Exército já entrou em contato com a empresa Meta para viabilizar, dentro dos parâmetros legais vigentes, acesso aos dados que fundamentaram o relatório, no que diz respeito à suposta participação de militares nas atividades descritas”.

    De acordo com a Meta, a rede operada pelos militares era composta por quatro perfis e nove páginas no Facebook e 39 contas no Instagram.

    Algumas delas, segundo a investigação, utilizavam fotos criadas a partir de inteligência artificial.

    O relatório da Graphika aponta que a atuação do grupo teve duas fases. Na primeira, eles criaram perfis que divulgavam crítica ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação a temas como a política do governo sobre a epidemia de covid-19. A segunda fase da atuação do grupo foi dedicada a temas ambientais.

    Os relatórios da Meta e da Graphika não explicam os motivos pelos quais as duas fases da operação adotaram abordagens diferentes. As duas empresas afirmaram que o foco foi a apuração de comportamento inautêntico envolvendo perfis e páginas no Facebook e no Instagram.

    Rede de ONGs falsas

    A partir de 2019, o governo brasileiro passou a ser criticado internacionalmente pelo aumento no desmatamento e na quantidade de queimadas na Amazônia. Sob pressão, o presidente Jair Bolsonaro (PL) autorizou o emprego das Forças Armadas numa tentativa de conter a crise.

    Em manifestações públicas, tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles rebatiam as críticas internacionais de países como França e atacavam a atuação de ONGs ambientalistas que denunciavam o avanço do desmatamento no país.

    Segundo o documento, a segunda fase da operação executada pelos militares se deu entre maio e junho de 2021. Para isso, o grupo criou pelo menos três perfis de ONGs ambientalistas falsas que tentavam gerar engajamento com o público.

    Esses perfis tinham nomes como “NaturAmazon”, “Amazônia Sustentável” e “Verde Mais”.

    Leia mais:
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    Mais informações.

     

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