Com o aumento exponencial de casos, o Amazonas já chega a mais de 1,200 casos do novo coronavírus e sofre com uma rede pública à beira de um colapso, com seu principal hospital já atuando na capacidade máxima operacional. Em pronunciamento na tarde deste domingo, o governador Wilson Lima anunciou que o Ministério da Saúde vai repassar R$ 15 milhões por mês para que o estado aumente a capacidade do hospital de referência em tratamento ao Covid-19 em Manaus.
“O Governo Federal está nos repassando R$ 15 milhões por mês para que a gente possa aumentar a capacidade de funcionamento do Hospital Delphina Aziz, com isso vamos poder chegar a 350 leitos em funcionamento. Ou seja, colocar o hospital para trabalhar integralmente”, anunciou o governador.
Em discurso com tom incisivo, o governador Wilson Lima reforçou a importância do isolamento social no Amazonas. De acordo com ele, especialistas estimam que 80% da populção local será contaminada.O governo enxerga uma antecipação no pico local.
“O pico está se antecipando porque pessoas não estão respeitando isolamento social. Nossa previsão era primeira semana de maio, mas está se antecipando. Se o isolamento não acontecer, as pessoas vão morrer nas ruas, em casa. isso não é exagero não. Em Nova York, não tem mais onde enterrar gente. As pessoas estão sendo enterradas em vala comum. É assim que você quer se despedir de um parente seu?”, pontua.
Lima não rechaça uma possível aplicação de medidas mais restritivas no Amazonas. Hoje, já é determinada no Amazonas a suspensão do funcionamento do comércio, aulas e serviços não-essenciais. Há, ainda, apenas a recomendação para que a população siga o isolamento – sem determinação de quarentena.
“Pode ser que você não concorde com as orientações do Ministério da Saúde mas não tem outro caminho, não existe outra metodologia adotada em qualquer parte do mundo que seja eficiente no que diz respeito a interrupção da transmissão desse vírus a não ser o isolamento social. É por isso que nós temos batido muito nessa tecla. os especialistas apontam que 80% da população vai pegar o coronavírus . O que nós estamos trabalhando é para retardar essa disseminação do vírus para impedir que as pessoas fiquem doentes ao mesmo. Porque o sistema de saúde de nenhum lugar do mundo tem capacidade para atender todo mundo ao mesmo tempo”, complementou.
Falta de medicamento
Em anúncio, Wilson Lima, ao lado da nova secretária de saúde, Simone Papaiz, afirmou também que o estado sofre com a falta do remédio Tamiflu, usado no tratamento de doenças respiratórias. O Amazonas, além de lidar com o coronavírus, vive epidemia dessas síndromes.
“Nós estamos sinalizando, a Fundação de Vigilância em Saúde e a Susam, a necessidade de vinda de mais medicamentos para nós. Estamos com baixíssimo estoque (de Tamiflu). Número de hoje não suportará, e não suporta o atendimento. Tivemos retorno muito positivo do secretário de ciência e tecnologia, que sinalizou que já está enviando para o Amazonas as dosagens necessárias, o quantitativo para que a gente tenha na rede o Tamiflu disponível para os tratamentos”, afirmou a secretária de saúde.
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*Reportagem do G1/Amazonas