Em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira(19), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que Manaus ficou sem oxigênio durante 3 dias em janeiro, mês em que a capital sofreu com colapso na saúde por falta do insumo e do número elevado de casos. A fala do ex-ministro foi rebatida pela bancada amazonense.
De acordo com Pazuello, o Ministério da Saúde só foi comunicado da possível falta de oxigênio no dia 10 de janeiro. A partir de então, a pasta iniciou a operação para trazer cilindros de oxigênio ao estado.
Pazuello pontuou ainda que o estoque do insumo, da empresa White Martins, ficou no negativo e acabou no dia 13 de janeiro, precedendo o colapso na rede pública e privada de saúde que levou pessoas a morrerem por asfixia.
“Então tem um consumo, uma demanda e começa a entrar no negativo, e esse estoque vai se encerrar no dia 13, quando acontece uma queda de 20% na demanda e no consumo do estado. No dia 15, já voltou a ser positivo, o estoque de Manaus”, declarou.
Entretanto, o senador Eduardo Braga disse que a informação era equivocada e que a falta do insumo durou mais tempo.
“Não faltou oxigênio no Amazonas apenas 3 dias. Faltou oxigênio na cidade de Manaus por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos. Do dia 10 ao 20 de janeiro passaram-se dez dias morrendo em média 200 pessoas por dia no Amazonas”, pontuou. No dia 20 chegou a primeira grande carga de oxigênio vindo da Venezuela.
O ex-ministro respondeu que não era informação que possuía e que o Governo Federal tão logo soube do problema, iniciou a operação para normalizar fornecimento de oxigênio.
Outro ponto questionado sobre a crise do oxigênio, foi o fato do Governo Federal não ter enviado um avião para buscar o oxigênio doado pela Venezuela. Incluindo não ter aceitado o avião emprestado pelo Estados Unidos para realizar o transporte do insumo.
“Faltou vontade política do governo federal em fazer isso? E por que não fez? Por que não deu as informações ao ministro Ernesto Araújo para que o avião dos Estados Unidos pudesse ter ido à Venezuela buscar o oxigênio e levar para o Amazonas para salvar vidas?”, rebateu Braga novamente.
Omar Aziz, presidente da CPI, também questionou o motivo pelo qual Pazuello não entrou em contato com o ex-ministro Ernesto Araújo para conseguir o avião disponibilizado pelos EUA, que faria o transporte de oxigênio.
“O que eu me recordo do avião é que, para nós, seria excepcional ter um avião, dissemos que queremos. Eu não liguei para os EUA e nem fiz essa ligação”, justificou Pazuello alegando que aceitou “todas as ofertas de oxigênio”, mas que não sabe porque não foram concretizadas.
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