O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), diz que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), enfrenta um grande dilema na atual crise política:
“Das duas, uma: ou vem a público e nega que acusou o seu líder [na Câmara, Ricardo Barros, do Progressistas-PR] de ser o operador de uma maracutaia no Ministério da Saúde, na compra de vacinas, [ou] se ele confirmar, precisa imediatamente afastar seu líder”.
Foi uma de suas declarações durante entrevista em live do BNC Amazonas em Brasília, aos jornalistas Iram Alfaia e Antônio. Foi na sexta-feira (2).
“O estranho é o presidente nem confirmar e nem negar”, considerou o parlamentar. Ele se referia ao depoimento à CPI da covid do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e do seu irmão, Luís Ricardo, servidor do Ministério da Saúde.
Os dois disseram aos senadores, portanto, que denunciaram a Bolsonaro, em encontro na casa dele (Palácio do Alvorada), no dia 20 de março, às 16h, irregularidades no processo da compra da vacina indiana Covaxin.
Bolsonaro teria se comprometido, como resultado da denúncia, a acionar o delegado-geral da Polícia Federal. Além disso, disse que o “rolo era coisa do Ricardo Barros.”
Na encruzilhada
Na avaliação do vice da Câmara, caso Bolsonaro confirme o que disse os irmãos Miranda [o que não aconteceu até a manhã deste domingo, 4], entrará em uma encruzilhada:
“Exonerar seu líder e, em negando, ele tem medo da conversa ter sido gravada pelo deputado ou irmão dele que estava na sala”.
E complementou Ramos:
“O que não dá é o presidente simplesmente fazer cara de paisagem e fazer de conta que não existe uma acusação extremamente grave beirando o Palácio do Planalto e o seu líder na Câmara”.
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