A capital amazonense Manaus celebra 356 anos nesta sexta-feira (24/10), reafirmando sua importância histórica, cultural e econômica para o Brasil. Fundada no século XVII, às margens do Rio Negro, a cidade surgiu como um ponto estratégico para consolidar o domínio português na Amazônia e se tornou, ao longo dos séculos, o coração da Região Norte.
A data de 24 de outubro foi escolhida para marcar o aniversário de Manaus em homenagem à construção do Forte da Barra de São José, considerado o marco fundador da cidade.
As origens de Manaus e a presença portuguesa na Amazônia
A origem de Manaus remonta a 24 de outubro de 1669, quando o capitão de artilharia Francisco da Mota Falcão iniciou a construção do Forte da Barra de São José, estrutura militar erguida para garantir a presença lusitana na região.
O local foi escolhido por sua posição estratégica às margens do Rio Negro, fundamental para proteger o território e facilitar o controle da navegação e do comércio. Ao redor do forte, formou-se o primeiro núcleo urbano, que daria origem à futura capital amazonense.
Durante o período colonial, a povoação servia como entreposto militar e comercial. Em 1848, a então Vila da Barra foi elevada à categoria de cidade, recebendo o nome Cidade da Barra do Rio Negro.
A transformação em Manáos e o legado indígena
Em 1856, a cidade passou a se chamar Manáos, em homenagem ao povo indígena Manáos (Mãe dos Deuses), reconhecido historicamente pela coragem, resistência e protagonismo na região.
O novo nome representava não apenas uma homenagem, mas também o reconhecimento das origens amazônicas e da influência dos povos indígenas na formação cultural e social do território.
O ciclo da borracha e a era de ouro de Manaus
Entre o final do século XIX e o início do século XX, Manaus viveu um período de prosperidade com o Ciclo da Borracha. A exploração e exportação do látex colocaram a cidade entre as mais ricas do Brasil, impulsionando seu crescimento urbano e arquitetônico.
Durante essa fase, foram construídos palacetes, praças e monumentos que simbolizam até hoje a riqueza da época, como o Teatro Amazonas, inaugurado em 1896.
No entanto, a crise chegou com o surgimento da borracha sintética, que fez despencar o valor do produto amazônico e mergulhou a cidade em uma fase de decadência econômica.
Zona Franca e a modernização da capital
O renascimento econômico de Manaus começou em 1967, com a criação da Zona Franca de Manaus (ZFM), durante o regime militar. O projeto tinha como objetivo incentivar o desenvolvimento da Amazônia e fixar a presença nacional na região, por meio de benefícios fiscais para indústrias e comércio.
Com o passar das décadas, a ZFM transformou Manaus em um dos maiores polos industriais do país, atraindo milhares de migrantes e dobrando a população em apenas vinte anos.
Obras de infraestrutura, como a rodovia Transamazônica (1972), também contribuíram para integrar a cidade ao restante do Brasil, embora o crescimento acelerado tenha ocorrido de forma desordenada, resultando em desafios urbanos que persistem até hoje.
Manaus celebra 356 anos de história e transformação

Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Manaus é a sétima cidade mais populosa do Brasil, com 2.279.686 habitantes, sendo a mais populosa da Região Norte.
Além de sua importância industrial, Manaus consolidou-se como destino turístico e polo de sustentabilidade, atraindo visitantes pela riqueza natural e pela diversidade cultural.
“Manaus é uma cidade de contrastes e resiliência. Nascida às margens do Rio Negro, cresceu entre a floresta e o progresso, mantendo sua identidade amazônica viva”, resume o historiador Cláudio Albuquerque.
Neste aniversário de 356 anos, Manaus celebra não apenas sua fundação, mas também o papel vital que exerce na integração da Amazônia com o Brasil e o mundo.


