O Amazonas entrou na zona de alerta crítico com o aumento na ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde), e se une ao Distrito Federal e sete estados com índice igual ou superior a 80%. A informação consta em Nota Técnica divulgada nessa quinta-feira (3) pelo Observatório Covid-19 Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Entre as 25 capitais com taxas divulgadas, 13 estão na zona de alerta crítico, incluindo Manaus.
Houve aumentos nas taxas do Amazonas (75% para 80%), Piauí (82% para 87%), Paraíba (28% para 41%), Pernambuco (81% para 88%), Alagoas (53% para 69%), Bahia (67% para 74%), Minas Gerais (28% para 37%), São Paulo (66% para 72%), Paraná (61% para 72%), Santa Catarina (53% para 76%), Mato Grosso do Sul (80% para 103%), Mato Grosso (78% para 86%) e Goiás (82% para 91%).
Entre as 25 capitais com taxas divulgadas, 13 estão na zona de alerta crítico: Manaus (80%), Macapá (82%), Teresina (83%), Fortaleza (80%), Natal (percentual estimado de 89%), Maceió (81%), Belo Horizonte (86%), Vitória (80%), Rio de Janeiro (95%), Campo Grande (109%), Cuiabá (92%), Goiânia (91%) e Brasília (97%).
Nove estão na zona de alerta intermediário: Porto Velho (77%), Rio Branco (70%), Palmas (72%), São Luís (64%), Recife (77%, considerando somente leitos públicos municipais), Salvador (68%), São Paulo (75%), Curitiba (71%) e Florianópolis (68%). Boa Vista (52%), João Pessoa (58%) e Porto Alegre (55%) estão fora da zona de alerta.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas há 419 pacientes internados em Manaus, sendo 288 em leitos clínicos (50 na rede privada e 238 na rede pública), 126 em UTI (37 na rede privada e 89 na rede pública) e 5 estão em sala vermelha.
A situação vacinal dos pacientes internados com a Covid-19 aponta que, dos 419 pacientes internados, 174 não foram vacinados, 125 têm esquema vacinal incompleto e 115 têm esquema vacinal completo.
De acordo com a pasta há outros 133 pacientes internados com Covid-19 na rede pública de saúde do interior do estado. São 12 em UCI (Unidade de Cuidados Intensivos) e 121 em leitos clínicos.
A nota técnica da Fiocruz mostra que houve incremento gradativo de leitos de UTI Covid-19. No caso do Amazonas, entre os dias 24 e 31 de janeiro, passou de 86 para 109. A Fiocruz avalia que o cenário de hoje não é o mesmo do registrado na fase mais crítica da pandemia, entre março e junho de 2021, de modo que, mesmo com os acréscimos de leitos nas últimas semanas, ainda é bem menor a disponibilidade de leitos.
Apesar disso, a nota técnica informa que dados do Amazonas, Rio Grande do Norte e da cidade do Rio de Janeiro mostram que uma parcela dos leitos são ocupados por pacientes pós-Covid e com outras síndromes respiratórias agudas ou mesmos diagnósticos principais tendo a Covid-19 como diagnóstico secundário.
“Esse aspecto possivelmente é comum a outros locais e permite especulações sobre o uso de parte dos leitos não estritamente por demandas originadas por quadros graves de Covid-19”, diz a nota.
Mesmo assim, destaca a Fiocruz na nota, o crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI SRAG/Covid-19 no SUS é preocupante, “principalmente frente às baixas coberturas vacinais em diversas áreas do país, onde são mais precários os recursos assistenciais, especialmente os de alta complexidade”.
A Fiocruz pontua que a alta transmissibilidade da Ômicron pode levar a altos números de internações na UTI, mesmo com uma probabilidade mais baixa de ocorrência de casos graves. Os pesquisadores alertam que uma proporção considerável da população que não recebeu a dose de reforço, e a população não vacinada, são mais suscetíveis a formas mais graves da infecção com a variante.
Diante desse cenário, a Nota Técnica reforça como fundamental a necessidade de avançar com a imunização, incluindo a exigência do passaporte vacinal. Os pesquisadores também sugerem a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos, campanhas para orientar à população e o autoisolamento ao apresentar sintomas, evitando a transmissão.
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