Um grupo de pesquisadores da Ufam, liderado pelo professor Walter Ricardo Brito, do Departamento de Química, elaborou um sensor capaz de identificar a presença do vírus da covid-19 em um organismo com quase 100% de exatidão. Além da alta confiabilidade do produto, o sensor foi produzido com materiais mais acessíveis, o que barateou o seu custo de produção.
Desde o fim de abril de 2020, com a pandemia disseminada pelo mundo, a equipe do professor Walter, formada por alunos da pós-graduação e docentes parceiros, vem trabalhando no desenvolvimento de um sensor capaz de detectar a presença do vírus da covid-19 em um organismo com maior precisão e rapidez que os testes atuais. Em janeiro deste ano eles conseguiram. Partindo da identificação de anticorpos produzidos pelo organismo, a equipe de cientistas conseguiu constatar se as amostras de sangue coletadas estavam ou não infectadas com o coronavírus.
“A dinâmica de trabalho dos nossos sensores permite utilizar um equipamento que é relativamente de baixo custo para fazer uma grande quantidade de testes de covid-19, os quais podem determinar se a pessoa está com covid-19 ou não está. Essa foi a nossa grande sacada dentro desse projeto, ou seja, tentar saber de forma confiável e rápida, e quando falo em forma rápida quero dizer que em 30 minutos você consegue saber. Na verdade, estimamos que os tempos de detecção podem ser menores”, destaca o professor.
Desde então, os pesquisadores vinham realizando novos testes para assegurar a confiabilidade do novo método para validá-lo perante a comunidade científica e a sociedade em geral. “Foram testadas várias metodologias e essas metodologias tinham algum grau de complexidade. E como nosso objetivo era desenvolver um sistema de mais baixo custo possível, começamos a otimizar esse processo até conseguir uma tecnologia que é baseada em tinta de carbono, eletrodos feitos com tinta de carbono e um substrato plástico”, revela.
O desenvolvimento de um sensor com tais características é um avanço imenso no combate à covid-19, pois os testes atuais ou são rápidos, mas sem tanta segurança de resultado ou são confiáveis, mas não rápidos, levando um ou dois dias para se obter o resultado. “Então, a gente queria um sensor de baixo custo, que desse uma resposta rápida e que, além disso, tivesse uma elevada confiabilidade, ou seja, que você realmente tivesse a resposta sobre se você tem ou não covid-19. Isso é sumamente importante. A gente conseguiu fazer isso. E já faz tempo. Só que não tínhamos como divulgar para o mundo sem antes fazer todos os testes necessários”, explica o docente.
Próxima Etapa
Após a comprovação da eficácia do método desenvolvido pela equipe do professor Walter Ricardo Brito, agora a meta é conseguir aprimorar o material para torná-lo comercializável. Para isso, os pesquisadores estão em busca de parceiros interessados em conhecer o imunossensor e investir na produção dele. “A gente precisa de mais recursos para continuar com a pesquisa. Precisamos de parceiros, talvez empresas interessadas em investir em nossa tecnologia”, afirma o professor. “A gente precisa de bolsas de pós-doutorado para ter uma equipe mais focada só no desenvolvimento do sensor para covid-19 e recursos financeiros para poder disponibilizar um produto o mais finalizado possível. Já temos a tecnologia, sabemos que funciona. Temos a resposta. Queremos investir não somente para a covid-19, mas para outras doenças que teremos que enfrentar nos próximos anos que podem levar a outras pandemias e que a gente precisa ter uma base tecnológica e de recursos humanos capazes de desenvolver esse tipo de sensor”, completa.
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