O senador Eduardo Braga (MDB) tomou o que, na linguagem cabocla, se chamaria de “revestrés”. Afinado com o deputado federal Silas Câmara (Republicanos), ele tentou isolar o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), da agenda do ministro da Educação, Milton Ribeiro, em Manaus.
Este está no estado nesta sexta-feira 13 para cumprir agenda em Manaus.
A intenção de Braga e Silas era que o ministro ficasse camuflado, escondido mesmo, principalmente do governador. Tratava-se, dessa maneira, de uma agenda com intenções políticas, já que o senador deve se confrontar com Lima em 2022.
Ribeiro, portanto, teria um evento evangélico-político na Assembleia de Deus, organizado pelo pastor Silas. A ideia era fazer uma generosa promoção para Braga.
Reviravolta
Contudo, a situação mudou quando assessores do ministro de Bolsonaro procuraram o governador para revelar da sua ida a Manaus. E fizeram isso sem que Braga e Silas soubessem.
Wilson Lima estranhou. Afinal, como chefe de Estado, não foi informado da presença de um ministro. Ribeiro, então, de pronto reagiu dizendo que também não estava sabendo que sua presença em Manaus ocorria às costas do governador, aliado de Bolsonaro.
Foi então que o ministro, de pronto, transferiu o comando de sua agenda para o governador Wilson Lima, como prevê o rito protocolar do deslocamento de ministros de Estado.
Como resultado desse revestrés, a situação de Braga ficou ainda mais complicada. Foi quando o ministro orientou a excluir Braga da agenda em Manaus. Ribeiro havia sido avisado que o senador do MDB é o principal autor de ataques a Bolsonaro no Amazonas.
Embora, nos bastidores, Braga tente se aproximar do Planalto.
Leia mais:
Bancada amazonense cumpre previsto e fica dividida no voto impresso
Visitas de Bolsonaro e ministro à capital mostram articulação de David em Brasília
Cinco deputados votam a favor da volta das coligações partidárias nas eleições