O ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o físico Ricardo Galvão, deu uma declaração, na última quarta-feira (23), que provocou reações no meio político amazonense. Em entrevista à Rádio Band News Difusora, Galvão disse que “é uma falácia dizer que a Zona Franca de Manaus ajudou a manter a floresta em pé”. A fala do físico foi dita meses após o superintendente da Zona Franca de Manaus, Alfredo de Menezes Júnior, comentar uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas declarando que o modelo da Zona Franca é exitoso e mantém a floresta em pé.
Em entrevista exclusiva ao Portal Portal Projeta, o Senador Plínio Valério (PSDB) rebateu as críticas do ex-diretor do Inpe e ressaltou que a fala do físico é inadequada. “A fala dele é totalmente inadequada, a começar pelo momento que a gente atravessa, que é o momento da preservação da Zona Franca, da manutenção dos benefícios da Zona Franca, que o Governo Federal quer retirar e tudo indica que vai tentar. E a gente tem se apoiado exatamente na questão ambiental, que é uma questão mundial. Segundo porque que quando ele diz que é falácia, nós estamos baseados no nosso conhecimento, a gente conhece a Amazonia muito mais do que ele. Ele conhece números, ele manipula números”, enfatizou.
O Senador tucano também ressaltou que a defesa de que a Zona Franca mantém a Floresta em pé se baseia em estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa citada pelo político foi realizada em maio deste ano e identificou que o Polo Industrial é fundamental para o desenvolvimento da região. O fato de que ela mantém a Floresta em pé foi comentado pelo próprio superintendente, após ter conhecimento do estudo. Ele chegou a dizer que “o número crescente de trabalhadores na indústria reduz as pressões de desmatamento florestal na região”.
Em relação ao comentário feito por Galvão, o Senador Plínio também salientou que político também estuda e que suas falas não ditas sem embasamento. “Ele esquece que politico também estuda, também lê, e político sabe. É totalmente inadequado, é irreal, é mentirosa a afirmação dele. Por isso eu digo, esse pessoal estuda muito e pensa que sabe tudo. Ninguém sabe tudo. Quando eles olham a floresta eles só sabem olhar o verde da floresta ou então a fumaça e o fogo que está saindo”, e acrescentou: “E também é inadequada [a fala dele] porque se trata de um ex-diretor presidente de instituto nacional de pesquisa. Ele esta se aproveitando do cargo que ele ocupou”, criticou.
Plínio ainda disse que apesar de não ter provas sobre o que motivou a fala de Ricardo Galvão, que ele continuará rebatendo sempre criticas inadequadas à Zona Franca de Manaus. “Eu não tenho provas para poder fazer algum tipo de acusação, mas eu tenho argumentos suficientes para julgar este tipo de encontro, este tipo de declaração suspeita. Por ser suspeita eu vou responder sempre”, finalizou.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta